Minha mãe amada. Sua coragem e seu espírito de luta nos fazem muita falta nesta hora, neste dia. Imagino como a senhora estaria empenhada, batendo de porta em porta, distribuindo santinhos e mensagens, abordando as pessoas nas ruas ou onde quer que estivessem, para repedir a ladainha de seu sofrimento e de nossa tragédia, nos anos da ditadura no Brasil. Sei o quanto a senhora prezava a democracia , a liberdade de se expressar, de ir, vir e se reunir. De pensar e de estudar. De criar. Tudo que nos foi negado por aqueles anos de escuridão, que também nos negaram as vidas de Stuart, seu filho, meu irmão, de Sônia, sua nora, minha cunhada, e sua própria vida. Nada mais disso, no entanto, é lembrado e lamentado por grande parte dos brasileiros. Os que não viveram e muitos dos que viveram aquele período assustador. Tenebroso. Nosso país adorado, e que a senhora tanto louvava em suas roupas, se desumanizou. As pessoas não valorizam e prezam a vida como antes. Elas assistem à espetacularizaç...
Anos incríveis, pessoas inesquecíveis, uma história contada com o coração, com glamour, com alguma saudade e grandes recordações. Nós somos as nossas lembranças, os nossos erros, tudo o que vivemos. Nossos atos nos definem. Apesar de toda a dificuldade, é bom olhar pra trás e perceber que tudo o que você fez te trouxe até onde está agora.