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Texto Chico Anysio- Carta de Cesar Filho

Meus amigos colunistas,
Há alguns anos, tive a alegria de ser Mestre de Cerimônias em um evento no Rio de Janeiro e, no final, apresentei o show de CHICO ANYSIO. Resolvi ficar ali mesmo, no canto do palco, admirando o Mestre se apresentar.
Depois de suas piadas e personagens inesquecíveis, no final do show, ele interpretou um texto falando do Mundo em que vivemos e todas as palavras começando com a letra “M”. No telão, imagens impactantes combinando com o que ele dizia. Mesmo conhecendo muito todo o trabalho do Chico, fiquei impressionado com aquele texto de autoria dele. Disse que gostaria de ter para guardar em meus arquivos e ele ficou de enviar. Esperei e...nada. Resolvi cobrá-lo, por e-mail, até porque trocávamos muitas mensagens. Quando eu menos esperava, depois de alguns meses, estava ali, em um anexo.
Hoje, divido com vocês, mais um momento deste gênio chamado Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o Chico Anysio, que pra mim, será simplesmente e, eternamente, CHICO!
Abraços,
CESAR

Mundo Moderno
Chico Anysio
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio.
Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior.
Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca.
Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho.
Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, maratonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas.
Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera.
Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos.
Maldito mundo moderno, mundinho merda.

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