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Abelardo Figueiredo, a grande homenagem ao homem-show

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Abelardo Figueiredo: uma vida sob os holofotes, um triste adeus
04/03/2009 - 02:10

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Fecha-se o livro da Grande Noite Paulistana: morreu Abelardo Figueiredo

* TEXTOS DE Helô Machado, Felipe Machado , Cesar Giobbi (site Onne) e Ovadia Saadia

* Galeria de fotos da Private Collection- The Hall of fame de Ovadia Saadia ("Meus anos 80")
13.02.09- Helô Machado, a grande amiga e parceira, até o último momento

por Felipe Machado, Seção: Qualquer nota 20:00:47.




Amigas e amigos,

faleceu hoje Abelardo Figueiredo, diretor artístico e empresário cuja trajetória profissional e de vida se confunde com o próprio showbiz brasileiro. Conheci Abelardo pessoalmente; minha mãe era sua amiga há muitos anos e os dois trabalharam juntos em diversos projetos.
Mais uma vez, o filho apela para o talento da mãe para contar melhor quem foi esse homem e o que ele representou para a cultura brasileira. Nessa história familiar, aproveito para deixar um abraço carinhoso para Mônica, também amiga, que teve a sorte de ter um pai tão maravilhoso.
Com vocês, o espetacular Abelardo Figueiredo.

A cantora Rosemary já começa 2009 comemorando, duplamente. O DVD "Mulheres da Mangueira" foi exibido com muito sucesso nos Estados Unidos, com exclusividade, pela Globo Internacional, como parte da programação de fim de ano. Rosemary recebeu diversos telefonemas de amigos e fãs que moram em Nova York e Los Angeles, elogiando a qualidade e beleza do DVD. Outro motivo de comemoração é que já está no ar nas emissoras de todo o País a campanha da Cultura Previdenciária. Agora, todos os profissionais da área artística já contam com os benefícios da previdencia privada, fundo administrado pela Petros, resultado do trabalho de Rosemary nos últimos cinco anos.

Depois de Lucélia Santos, com o seu personagem na novela "A Escrava Isaura", Rosemary pode se considerar a artista brasileira mais aplaudida na China.

Estrela do espetáculo "Brasil canta e Dança" de Abelardo Figueiredo, Rosemary cantou e encantou os chineses encabeçando um elenco de 22 artistas, em 24 shows apresentados em 15 cidades.

De Shanghai a Rugao, passando pela belíssima praia do Qindao ou pela escondida Nantong, só para citar algumas, a cantora se emocionou ao se apresentar em imensos teatros (com capacidade para mais de 2.500 lugares) para platéias repletas, ávidas por conhecer os ritmos brasileiros.


A noite perdeu seu rei

Helô Machado

O show não pode parar, mas às vezes as luzes se apagam. A música é interrompida. A cortina desce. E uma nova estrela passa a brilhar lá em cima, no céu. Foi hoje. Não tinha sol, nem lua nessa sexta-feira tristonha e chuvosa, que o mundo do show brasileiro perdeu o seu rei: Abelardo Figueiredo.

Na ribalta de sua trajetória de sucesso, Abelardo sempre se envolveu com o mais puro talento artístico do país. Foi além: aqui, ali e lá fora, abriu o coração pulsante do Brasil, revelando seus ritmos diversos, sua música contagiante, suas vozes, suas cores, suas tradições e traduções, seus movimentos mais significativos, todo o talento e a beleza de seu povo.

Levou seus shows para várias capitais da Europa, Estados Unidos, inclusive para o presidente Jimmy Carter, na Casa Branca, para o rei Hassam, no seu palácio encantado do Marrocos. Foi aplaudido de pé por Fidel Castro, 
em Cuba. Chegou à China, sua última viagem, em 1999, onde realizou 24 shows em 16 cidades, onde o menor público registrado era de 3 mil pessoas e o maior, sei lá. Num estádio gigantesco de Xiamen, parte do show 'Brasil Canta e Dança' foi exibido pela TV para toda a China.

Descobridor de talentos, trabalhou com os maiores cantores, bailarinos e atores do Brasil e trazia os seus artistas para dentro de sua casa. Foi padrinho de casamento Elis, de Francis Hime, de Norma Bengell. Começou menino no teatro em Niterói, sua terra natal, veio para São Paulo, fez teatro e televisão, onde criou programas inesquecíveis: 'Folias Phillips', 'Noite de Gala', 'Spot Light', 'Revista Feminina'.

Coordenou o Ballet do IV Centenário, foi diretor do Ballet do Museu de Arte de São Paulo, dirigiu incontáveis shows: na célebre boate carioca Night and Day, no Urso Branco - trouxe Maísa da Espanha para o show de estréia - no Beco, onde comandou por 18 anos seus pocket-shows e grandes espetáculos, incluindo as temporadas em São Paulo de Rachel Welch, Ivonne de Carlo, Marlene Dietrich.

Dirigiu os festejados shows do Palladium, chegando a transformar Toni Ramos, imaginem, na Geni de Chico Buarque. Sim, o bem comportado ator, vestido de mulher, cantou, dançou e foi a estrela de um elenco de mais de 50 figuras, por exatos 14 meses de sucesso. Com o fechamento do Palladium, depois de cinco anos, Abelardo criou o espetáculo Stravanza, no Studium, sem jamais abandonar a criação de shows para empresas e convenções em todo o Brasil.

Pode-se dizer, sem a menor dúvida, que ele foi o grande mestre da arte de divertir as pessoas. Em muitos dos seus momentos, eu estava lá. No meio da dança, da música, dos acertos, dos desacertos, dos gritos, da preparação, da ansiedade, da correria, da alegria, da emoção, da felicidade total, eu estava lá. Na hora dos amigos do peito, dos encontros consagrados, da primeira vez ou da última, eu estava lá.

E, por incrível que pareça, parece mesmo que eu sempre estive lá. Até quando não estava ainda, quando eu era uma menina, fascinada por shows, pelo Teatro de Revista, que via apenas nos programas que meus pais traziam do teatro, eu estava lá. No meio das plumas e dos paetês, dos passos difíceis, das piruetas, dos costeiros e pandeiros, do acender e apagar das luzes, eu estava lá. Na estréia e na despedida, muito choro, muito riso, esperanças, desatinos, eu estava lá. Sinto que foi sempre assim.

Descobri Abelardo na TV, no programa 'Spot Light'. E eu dançava na sala de casa, com as suas bailarinas e queria entrar naquilo, naquele mundo, de qualquer maneira. Queria conhecer o tal do Abelardo Figueiredo. Afinal, era ele quem fazia tudo aquilo! E como Deus escreve certo por linhas tortas, depois de muitos anos, nossas trilhas deram de cara e aí, pronto. Lá estava eu, diante dele, emocionada e feliz. Na primeira e nas outras vezes que nos encontramos. Até uma certa tarde de ensaio, outros tantos anos depois. Ele percebeu que Abelardo e Heloísa tinham uma ligação especial, que foi sacramentada naquele dia por mais de vinte anos, a última etapa da sua vida.

Ao longo deste tempo todo, eu fui conhecendo o Abelardo, o Abe, o criador de toda aquela magia, o rei da noite, que acordava muito cedo, respirava e transpirava trabalho, que não vivia sem um palco, que quando descansava era para terminar um roteiro e quando pegava o telefone era sempre para falar de show.

Ele também fazia outras coisas, claro. Reunia os amigos em todos os lugares onde morou, desde a casa na Rua Atlântica, onde a porta nunca era trancada, com a sua família-espetáculo: sua mulher Laurinha, uma paixão (dele e de todos que a conheceram), sempre pronta a abrir a casa e o coração para os amigos queridos, todos artistas ou quase artistas, gente absolutamente especial, para quem a arte de saber viver também era um show. E tinha as meninas, Mônica e Patrícia, que, sem saber, desfrutavam a grande emoção de serem filhas do Abelardo Figueiredo, ou seja, viviam no dia a dia a intimidade de um palco eterno, por onde astros e estrelas consagrados passeavam de dia ou de noite.
Abelardo sempre foi um grande papo. Em qualquer lugar, suas histórias fascinantes deixavam todo mundo interessado, empolgado; para dizer a verdade, maravilhado. E acho que foi aí que ele me pegou. Quando percebi, já estava praticamente mudando de meio de comunicação: de jornalista, passei a me dedicar àquele novíssimo encanto, que era o mundo dos espetáculos, que me emocionava a cada reunião, a cada ensaio, a cada música, a cada show, a cada direção daquele cara tão fácil e tão difícil, tão criativo e tão rápido, tão temperamental e tão simples, tão preocupado e tão otimista, tudo isso ao mesmo tempo, na mesma hora.

Lembrando dos espetáculos que o Abelardo 'pôs de pé' (como ele dizia) em tantos palcos, concluí que ele também era mágico. Conseguia juntar no seu trabalho o sonho, o talento, a garra, a inteligência, o brilho, a agilidade, o glamour, a coragem, o amor, o bom gosto, a amizade, a fantasia. Abelardo foi um homem da noite, mas tão absolutamente único, que sempre gostou de dormir cedo. Tão genial, que, mesmo sendo daltônico, sabia combinar as cores perfeitamente. Era ele quem escolhia os tecidos (quando não desenhava também os modelos) e a luz dos seus shows.

Quem teve o privilégio de trabalhar com ele, de ser incluído em um de seus roteiros, de assistir a pelo menos um de seus espetáculos, pode se considerar personagem da sua vida. Meses atrás, em uma de suas últimas saídas, chamado ao palco para receber uma homenagem, Abelardo fez um único pedido: que se acendessem as luzes, todas as luzes do teatro, para que toda a platéia pudesse brilhar.

Há dois anos, tive também o orgulho de colaborar no livro 'O Show Não Pode Parar', a convite de Mônica, sua filha jornalista, lançado no ano passado. Um passeio iluminado pela vida e obra deste mestre da diversão. Sem deixar seguidores, o múltiplo Abelardo Figueiredo partiu hoje bem preparado para a eternidade. Deixa as filhas Mônica e Patrícia e os netos Manuela, Thomaz, Sofia e Antonia. Quem o conheceu guardará para sempre um Abelardo no seu coração. O meu é este.

Boa noite, senhoras e senhores. Helô Machado.


(Ovadia Saadia), um fã ! Fevereiro de 2008:

Tempos deliciosos!

Watusi abriu o luxuoso carnaval Vogue 2009 fazendo com Marisa Orth na sexta feira 13 uma homenagem ao grande Abelardo Figueiredo, que morreu naquele dia. Já em sua homenagem na Galeria Ouro fino no lançamento do seu livro, eu já senti que ele não estava mais neste mundo. Estava em seu mundo pessoal. Foram muitas luzes e holofotes para um fim um pouco triste e amrgo. No velório, a inseparável Helô Machado, o bailarino e ator argentino Jorge Danel; no crematório Mauricio Kus e alguns poucos amigos. Para quem mandou na noite paulista, ofereceu festas nababescas, deslumbrou reis e presidentes, ciceroneou Rachel Welch e Marlene Dietrich no país...é pouco. Liguei para o Rio, para Rosemary, a musa da maioria de seus shows, para contar que Abelardo morrera; Não deveria, ela desmaiou de tanta dor! Era seu maior padrinho e a dirigiu em shows míticos como Paixão, Rose Rose, Stravaganzza, além da China, Marrocos e Washington.

Pessoalmente, minha memória afetiva me recorda o show do Beco com Watusi no meu início de carreira, que era puro glamour. Assisti cinco vezes. Sei que os dois brigaram de morte, mas isso é outra história. Em 1985 foi a noite de abertura da Boate e Casa de Shows Palladium, dos Veríssimo, um fabuloso empreendimentoem seu Shopping Eldorado (onde hoje é o bom Teatro Copa Airlines). Uma festa foi para agências de eventos, outra para Vips de Sao Paulo, outra para imprensa. Fui a todas. Lembro que minha inesquecível Dulce Damasceno ligava para Avenida Higienópolis a cada meia hora e me dizia: "Vou ao Show"!; Dali a uma hora"Briguei com Maria Della Costa, não vou"; Dali a duas horas "Pensei e vou sim"; Ás cinco da tarde "o Hilton Viana (cronista famoso naqueles anos) me omitiu informações, eu não vou". A cada decisão eu dizia "Rodou tudo, né Dulce". Ela adorava a expressão "Rodou", uma mistura de "Rodou a baiana, com confusão com mudar de idéia". Tempos deliciosos. Dulce não foi! Só alguns meses depois a festa do aniversário do programa de Hebe Camargo foi lá e Dulce me Levou. Sentamos com um humorista, o Claudinho Leite, acho, e com a Vedetíssima Neide Ribeiro. Hebe, vestida como deusa grega, viu Dulce longe e bradou "Dulce Damasceno de Britto, Viva!". Tempos deliciosos. Depois fomos tomar um drink no Gallery, a boate da moda. Logo abri minha agência de eventos para empresas e quando meu QG Régine's fechou as portas melancolicamente em 14 de agosto de 1986, passei a fazer todos os eventos no Palladium onde os shows eram "Em dia Com a noite", "São Paulo Night and Day" e mais uns dois. A poderosa Petróleo Ipiranga fez comigo uma gala para mil convidados no Palladium. Noites do Lar das Crianças da CIP, noites comerciais para Nec do Brasil, festas familiares, aniversários. O Palaldium era minha segunda casa.  Minha tão saudosa mãe dona Cléo, que nunca conheceu Las Vegas, sempre ficava com lágrimas nos olhos quando entrava lá. Era tomada pela atmosfera hollywoodiana da casa e se lembrava dos grandes musicais da Metro que asssitia nos cinema de Alexandria no Egito. Tempos deliciosos.

Estranhamente, eu nunca falava com Abelardo Figueiredo. Achava que era inatingível, um mito muito importante para falar com um colunista e produtor de festas em começo de carreira. Assim, nunca ficamos amigos. Quando Rosemary desceu aqui de Higienópolis para lhe dar feliz aniversário (ele estava dentro de um carro, com seu secretário dos últimos anos, um jovem, sorridente e prestativo ator). Levei um conjunto de vasos de presente e aí percebi que ele já estava anestesiado desta vida. Não falava, só balbuciava um pouco.

Abelardo durou pouco nesta terra.

Hoje, passados vinte e tantos anos, acho que o Palladium foi até 1989,  sempre que estou irritado ou deprimido com as coisas atuais ou crises mundiais, ou milhões de dólares que são roubados na bolsa de valores, me pego cantando um estribilho “São Paulo, Night Andei brilhou no céu paulista o Eldorado Night Andei do meu coração...Boa noite! As nossas emoções já vão nascendo, em ritmo de samba vão crescendo...Boa Noite! Que aqui seja o Palladium dos seus sonhos”. E dá-lhe vedetes descendo escadarias iluminadas, Célia, a inesquecível Wilminha Dias nua, cheia de graça, Vanusa, Toni Ramos, Miéle, Peri Ribeiro, Dada Cirino, Rosemary. Wilson Dimitrov providenciava a chuva de pétalas de rosas sobre o elenco...   Esta era a letra de Helô Machado e os emotivos arranjos do Maestro Bria num daqueles shows de abertura que minha mãe... ficava com lágrimas nos olhos.

Ovadia Saadia, jornalista, cronista e Relações Públicas

(Do Livro de memórias – inédito – “Rápido, antes que eu me esqueça”- Vite, avant que je m’oublie)


O Brasil homenageia seu Ziegfeld:

(Coluna Hildegard Angel, JB Online)

RIO - Morreu hoje, às 15 horas, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o grande artista Abelardo Figueiredo. O polivalente do showbiz, o produtor, diretor, figurinista, enfim, o homem dos sete instrumentos do mundo dos espetáculos. Abelardo tem sua memória ligada aos grandes artistas deste país. De Elis Regina a Maysa até mesmo ao costureiro Dener. Recentemente foi lançada a sua biografia, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O grande Abelardo sofreu um derrame em sua casa, em São Paulo. O corpo será cremado amanhã na Vila Alpina.


(O Estado de Sao Paulo)

SÃO PAULO - Morreu na tarde desta sexta-feira, 13, aos 77 anos, Abelardo Figueiredo, um dos maiores empresários do mundo artístico brasileiro. Ele morreu no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado desde segunda-feira. Segundo sua filha, Mônica Figueiredo, a causa da morte foi uma hemorragia cerebral.

Abelardo produziu peças e shows e trabalhou com renomados artistas durante as décadas de 50, 60 e 70. Foi após ver o trabalho de outro Abelardo, o Barbosa - mais conhecido como Chacrinha - que Figueiredo resolveu, aos 17 anos, entrar para show business. Começou dirigindo uma peça no Liceu Nilo Peçanha, onde estudava, com ninguém menos que Nicete Bruno na atuação, na época, sua vizinha.

Ele foi também padrinho de casamento de Elis Regina e Ronaldo Bôscoli, Olívia e Francis Hime, Nicete e Paulo Goulart, Márcia de Windsor e Jardel Filho, além de tantos outros artistasFigueiredo era o dono da noite nos anos 60: dirigiu casas como o Urso Branco, tradicionalíssimo palco onde se apresentou, entre outras musas da música brasileira, a cantora Maysa. Foi ele também que criou e comandou o mitico O Beco, inserindo um novo formato de shows nas casas noturnas de São Paulo.
Foi no Beco que a atriz Rachel Welch estreou seu show antes de levá-lo para o Opera de Paris. Por causa dos 'palpites' na apresentação, acabou recebendo um "obrigado" da atriz no fim da temporada na capital paulista. O sucesso do empresário era visto até no exterior: produziu o espetáculo  Canta e Baila Cuba, a pedido de Fidel Castro, que assistiu Canta e Dança, Brasil e pediu um idêntico sobre seu país. Com seu sucesso na produção de shows, Figueiredo se tornou amigo de Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981. 

Emocionada com a perda, Mônica não poupou elogios, merecidos, ao pai. "[Me sinto] honrada, sortuda e maravilhada de ter sido filha de um homem maravilhoso. Agora me sinto na responsabilidade de continuar passando isso [a imagem] para meus filhos e sobrinhos. Foram 52 anos de honra". Foi ela a responsável por organizar a biografia do pai, O Show não Pode Parar, junto com a também jornalista Helô Machado, lançada em março de 2008.

O velório de Abelardo Figueiredo está previsto para começar às 18 horas e o corpo deverá ser cremado no sábado, 14, no Cemitério da Vila Alpina, segundo Mônica. / 13/02/2009

(Folha de São Paulo)

O diretor artístico Abelardo Figueiredo morreu nesta sexta-feira aos 77 anos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


O corpo do diretor artístico, que teve uma falência múltipla dos órgãos ocasionada por uma isquemia cerebral, está sendo velado no hospital e, amanhã, será levado para o crematório da Vila Alpina, zona leste da cidade.

Figueiredo nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e pensou em ser diplomata, antes de se dedicar ao teatro.

Ao se mudar para São Paulo, fundou o Teatro de Alumínio com a atriz Nicete Bruno. Na cidade, produziu vários espetáculos teatrais como "Skindô".

Nos anos 60, Figueiredo foi um dos responsáveis pela profissionalização do showbiz brasileiro, à frente de casas noturnas como Palladium e Beco.

O Beco, localizado na rua Bela Cintra, foi palco de apresentações de vários nomes importantes da música brasileira, como Ronaldo Bôscoli, Elis Regina e Maysa.

Figueiredo trabalhou também na TV brasileira e assumiu a direção do Ballet do IV Centenário de São Paulo.

Parte de sua vida está registrada no livro "Abelardo Figueiredo - O Show Não Pode Parar", organizado por uma de suas duas filhas, a jornalista Mônica Figueiredo.

13/02/2009 - 20h31

Marlene Silva, as atrizes Íris Bruzzi e Carmem Verônica e o dramaturgo Silvio de Abreu saudam o show man Abelardo Figueiredo (sentado)

Faleceu, na manhã de hoje, o diretor artístico Abelardo Figueiredo, aos 77 anos, após sofrer uma falência múltipla dos órgãos ocasionada por uma isquemia cerebral, no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado.

Abelardo integra a lista dos três nomes mais respeitados do showbiz brasileiro, ao lado de Walter Pinto e Carlos Machado.

 
Enquanto unir pessoas é uma brincadeira sem maiores compromissos para muita gente, alguns grupos encaram a atividade com bastante seriedade. É o caso da colônia japonesa e da comunidade judaica em São Paulo, que chegam a ter agências matrimoniais específicas para seus descendentes. O objetivo é manter vivas suas tradições culturais e religiosas. Entre os judeus, a figura do casamenteiro vem de séculos. Hoje, esse papel é exercido majoritariamente por rabinos como Yossi Schildkraut (veja quadro). Ele calcula que dez casamentos são realizados todos os anos graças a seus esforços. Mais informalmente, mães, avós e amigos da família acabam mexendo seus pauzinhos para que os jovens não busquem consortes fora da comunidade.

A idéia de flechar corações vem da Antiguidade clássica. Cupido, na mitologia romana, corresponde a Eros para os gregos. Trata-se de uma criança maliciosa, filha de Vênus ou Afrodite (deusa do amor e da beleza), que adorava deixar as pessoas apaixonadas. Em uma das narrativas mais conhecidas a seu respeito, Vênus, que morria de ciúme da beleza da mortal Psiquê, mandou Cupido castigá-la com seus poderes. No meio da missão, no entanto, ele também acabou se apaixonando por ela. Os dois se casam, mas com a condição de que ela não veja o rosto do amado. Em todos os seus momentos juntos, Cupido sempre conserva o rosto coberto. Quando Psiquê descobre sua identidade, Cupido rompe o relacionamento. Inconformada, ela vaga o mundo atrás dele e, ao encontrá-lo, ganha a imortalidade.

(Cesar Giobbi/ Onne Março de 2008 )

Uma bela homenagem ao rei da noite

por Cesar Giobbi
Abelardo Figueiredo ganhou festa no lançamento do livro O Show Náo Pode Parar, que conta sua vida, organizado por sua filha Monica


Monica Figueiredo fez uma emocionada homenagem a seu pai, Abelardo Figueiredo, ontem (terça 25) na Laje, na Galeria Ouro Fino, onde tem seu escritório. Lançou o livro Abelardo Figueiredo, O Show Não Pode Parar um catatau de quase 400 páginas, formato de livro de arte. Nele, Monica juntou uma imensa quantidade de fotos e de depoimentos gravados entre 2001 e 2004, mais os prefácios de Silvio de Abreu e Giba Um, e as legendas das fotos feitas por Helô Machado. Tudo entre amigos. Depois, Lulu Librandi ajudou no evento, Edison Paes de Melo e Manoel Carlos Jr ajudaram a espalhar a notícia. Resultado é que a noite foi bonita, e Abelardo estava lá sentado, com dois carimbos na mão, assinando o livro para um enorme séquito de rostos que lhe trouxeram muitas lembranças. E todo mundo que estava lá também tinha coisas para lembrar. Como Linda Conde que contava que sua primeira fantasia, nos desfiles de escolas de samba do Rio, foi feita por Abelardo. Ele pensava em tudo. Para ele, nada parecia impossível. Criou casas noturnas como o Beco e o Palladium que marcaram a cidade e a MPB. Criou espetáculos musicais que foi referência. Dirigiu teatro e tevê.  Foi um grande homem da noite, do palco e da sociedade também. Um talento ambivalente. O livro é uma deliciosa viagem no tempo, para muita gente que vai poder se rever ou recordar. Para os que não viveram aqueles anos (décadas de 50 a 80) fica uma história registrada. Para Abelardo, a mais justa das homenagens.

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