Jean-Gabriel Albicocco, relembrando o diretor de NINA 1940- CRÔNICA DE UM AMOR (Le Petit Matin, 1971)
RUBENS EWALD FILHO FALA SOBRE JEAN-GABRIEL ALBICOCCO, UM ESTRANGEIRO QUE COMETEU O ERRO DE AMAR NOSSA TERRA
Albicocco foi o fundador da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes
por Rubens Ewald Filho
Jean Gabriel Albicocco e Catherine Deneuve, São Paulo, 1984, Cine Gaumont Belas Artes (Hoje Caixa Belas Artes), no Festival Gaumont de Cinema Francês: reencontro dos namorados. |
Au revoir, Gabi
Não é uma história original, nem inédita. Chega mesmo a ser banal. Mais uma
vez, a velha fábula do europeu, no caso um francês, que veio para os
trópicos, e no caso o Rio de Janeiro, que acabou devorado por ele. Destruído
justamente por tudo aquilo que o havia deixado fascinado na terra de adoção,
esquecido que nosso herói exemplar é Macunaíma, e nossa tradição a
antropofagia, devorando a nós mesmos. Principalmente quando é um estrangeiro
que cometeu o erro de amar a nossa Terra.
O triste é que não é fábula, mas uma história real e trágica, de um grande
cineasta francês, da Nouvelle Vague, que veio para o Brasil cheio de sonhos
de rodar umfilme aqui. Acabou ficando, se naturalizando, se envolvendo em
grandes empreendimentos para acabar sozinho, esquecido, sem ter dinheiro
para pagar sequer o hospital. A morte no exílio como acontecia com os
antigos poetas. Se tornando apenas uma nota de rodapé no jornal do dia.
No entanto, Jean Gabriel Albicocco (1936- 2001) foi, num certo momento, o
homem mais poderoso da cinematografia no Brasil, o introdutor da sala
Multiplex (Belas Artes, seis salas em São Paulo), diretor geral da Gaumont
brasileira . Bem antes disso, Gabi, como era conhecido por amigos e inimigos,
era filho de um famoso fotógrafo de cinema, Quinto Albicocco, e
apropriadamente nasceu nos arredores de Cannes, onde acontece o mais famoso
festival do mundo. O cinema foi para ele uma continuação natural da vida,
sendo assistente dos realizadores Marcel Ichard e Jules Dassin, diretor de
curtas (o pai eventualmente seria também o fotógrafo de seus maiores filmes,
chegando a preciosismos de iluminação e utilização de filtros, às vezes até
em excesso).
O primeiro longa Gabi fez em 1961, o que o colocou na linha de frente do
movimento da Nouvelle Vague que florescia naquele instante. E a primeira
fita deu um apelido para o resto da vida para sua então mulher, a atriz e
cantora Marie Laforet (lembrada também por ''O Sol por Testemunha'', de René
Clement, com Alain Delon). A fita se chamava ''A Garota dosOlhos de Ouro''
(La Fille aux Yeux D´Or) e eu nunca consegui assisti-la. Só sei que as
relações entre ele e Laforet não era das mais amigáveis. Gabi era bastante
discreto nas histórias do passado. Quando Catherine Deneuve esteve no Brasil
no fim dos anos 80, organizamos um pequeno Festival para ela no Belas Artes
e só assim fiquei sabendo que eles haviam sido namorados (ela teria olhado
para ele e dito, desapontada, ''Como você engordou Gabi!''). Uma vez também
me contou que levou Rita Hayworth para jantar em Paris, certo de que saía
com Gilda mas já encontrou uma mulher alcoólatra e sem controle (ninguém
sabia na época que era já o mal de Alzenheimer).
De qualquer forma, foi ainda com Laforet que ele fez o filme seguinte, que o
trouxe para conhecer pela primeira vez o Brasil, ''Le Rat D´Amerique'', com
Charles Aznavour (outro filme a que nunca tive acesso). Foi a maior paixão
de sua vida, o Brasil. Continuou a rodar outros filmes. Seu maior sucesso,
na França, foi a adaptação de um livro famoso, ''Le Grande Meaulnes'' (O
Bosque das Ilusões Perdidas, 1967), com Brigitte Fossey, seguido por outros
menos ilustres (''L´Amor au Féminin'', episódio; ''Le Coeur Fou'', 1970) e
um último que fez grande sucesso de bilheteria por aqui, ''Nina 1940:
Crõnica de um Amor'' (Le Petit Matin, 1971), uma história de amor entre uma
jovem francesa Catherine Jourdan e um oficial nazista, durante a época da
Ocupação, com um clima romântico exaltado e várias cenas de nudez (coisa
rara na época fora das fitas de Roger Vadim).
Não é uma história original, nem inédita. Chega mesmo a ser banal. Mais uma
vez, a velha fábula do europeu, no caso um francês, que veio para os
trópicos, e no caso o Rio de Janeiro, que acabou devorado por ele. Destruído
justamente por tudo aquilo que o havia deixado fascinado na terra de adoção,
esquecido que nosso herói exemplar é Macunaíma, e nossa tradição a
antropofagia, devorando a nós mesmos. Principalmente quando é um estrangeiro
que cometeu o erro de amar a nossa Terra.
O triste é que não é fábula, mas uma história real e trágica, de um grande
cineasta francês, da Nouvelle Vague, que veio para o Brasil cheio de sonhos
de rodar um
grandes empreendimentos para acabar sozinho, esquecido, sem ter dinheiro
para pagar sequer o hospital. A morte no exílio como acontecia com os
antigos poetas. Se tornando apenas uma nota de rodapé no jornal do dia.
No entanto, Jean Gabriel Albicocco (1936- 2001) foi, num certo momento, o
homem mais poderoso da cinematografia no Brasil, o introdutor da sala
Multiplex (Belas Artes, seis salas em São Paulo), diretor geral da Gaumont
era filho de um famoso fotógrafo de cinema, Quinto Albicocco, e
apropriadamente nasceu nos arredores de Cannes, onde acontece o mais famoso
festival do mundo. O cinema foi para ele uma continuação natural da vida,
sendo assistente dos realizadores Marcel Ichard e Jules Dassin, diretor de
curtas (o pai eventualmente seria também o fotógrafo de seus maiores filmes,
chegando a preciosismos de iluminação e utilização de filtros, às vezes até
em excesso).
O primeiro longa Gabi fez em 1961, o que o colocou na linha de frente do
movimento da Nouvelle Vague que florescia naquele instante. E a primeira
fita deu um apelido para o resto da vida para sua então mulher, a atriz e
cantora Marie Laforet (lembrada também por ''O Sol por Testemunha'', de René
Clement, com Alain Delon). A fita se chamava ''A Garota dos
(La Fille aux Yeux D´Or) e eu nunca consegui assisti-la. Só sei que as
relações entre ele e Laforet não era das mais amigáveis. Gabi era bastante
discreto nas histórias do passado. Quando Catherine Deneuve esteve no Brasil
no fim dos anos 80, organizamos um pequeno Festival para ela no Belas Artes
e só assim fiquei sabendo que eles haviam sido namorados (ela teria olhado
para ele e dito, desapontada, ''Como você engordou Gabi!''). Uma vez também
me contou que levou Rita Hayworth para jantar em Paris, certo de que saía
com Gilda mas já encontrou uma mulher alcoólatra e sem controle (ninguém
sabia na época que era já o mal de Alzenheimer).
De qualquer forma, foi ainda com Laforet que ele fez o filme seguinte, que o
trouxe para conhecer pela primeira vez o Brasil, ''Le Rat D´Amerique'', com
Charles Aznavour (outro filme a que nunca tive acesso). Foi a maior paixão
de sua vida, o Brasil. Continuou a rodar outros filmes. Seu maior sucesso,
na França, foi a adaptação de um livro famoso, ''Le Grande Meaulnes'' (O
Bosque das Ilusões Perdidas, 1967), com Brigitte Fossey, seguido por outros
menos ilustres (''L´Amor au Féminin'', episódio; ''Le Coeur Fou'', 1970) e
um último que fez grande sucesso de bilheteria por aqui, ''Nina 1940:
Crõnica de um Amor'' (Le Petit Matin, 1971), uma história de amor entre uma
jovem francesa Catherine Jourdan e um oficial nazista, durante a época da
Ocupação, com um clima romântico exaltado e várias cenas de nudez (coisa
rara na época fora das fitas de Roger Vadim).
Nina 1940- Crônica de um amor, filme-fetiche que estreou no Brasil em maio de 1976. |
Mathieu Carrière, ator alemão: muitas brigas com Albicocco durante as filmagens. |
Nina 1940: Grande sucesso no Brasil |
Em Portugal o filme Le Petit Matin teve o título de "Amarga Experiência" |
Foi justamente nos anos 70 que Gabi veio para o Brasil, à principio com um
projeto de um longa-metragem que deveria se chamar ''Polichinelo'' (com
música de Chico Buarque de Holanda), articulando eventos com Club Méridien e
a Unifrance (o organismo governamental da França que é o mais atuante na
divulgação do cinema francês no exterior). Nunca soube porque o filme não
foi feito. Conheci melhor Gabi quando ele se fixou em São Paulo, à testa da
Gaumont (grande produtora e exibidora francêsa) que comprou o antigo
circuito de cinemas da Serrador (que tinha o
Ipiranga, na São João com Ipiranga, isso antes da deterioração do Centro da
cidade).
A Gaumont estava vivendo novos tempos na expansão de seus negócios,
produzindo grandes filmes (até mesmo óperas filmadas, porque seu diretor era
apaixonado por elas, como Don Giovanni, de Joseph Losey, e Carmen, de
Francesco Rosi. Mesmo que fossem deficitárias). E de repente, nos anos 80,
através da amizade de sua assessora de imprensa, Rose Carvalho, estava lá
participando de tudo que eles realizavam. O que não foi pouco. Além do
primeiro Multiplex, renovaram as salas, o sistema de projeção (dizem que os
aparelhos de projeção teriam vindo por mala diplomática, mas pode ser
boato!), deram força ao cinema europeu (e portanto cinema de arte) como
nunca havia acontecido antes. Foram antes de esplendor para o Cinema, até
porque Gabi foi também o organizador e a força por trás de três memoráveis
Festivais de Cinema organizados no Rio de Janeiro. O faro e a experiência
dele em cinema fez com que o Rio fosse pioneiro em premiar Pedro Almodóvar,
''Bagdad Café'', Stephen Frears, trazendo como convidados desde Jodie Foster
a Esther Williams. Sem contar todos os artistas franceses de alguma
importância.
Tudo isso Gabi fez até discretamente. Só descobri como ele era querido
quando foi homenageado no Festival de Cannes, como um dos fundadores da
chamada Quinzena dos Realizadores, a mais importante dos mostras paralelas
do Festival, que havia nascido justamente das manifestações de rua de maio
de 68 que interromperam o Festival. Sou também testemunha da força que ele
sempre deu ao cinema brasileiro, seja co-produzindo filmes nacionais que
invariavelmente conseguia colocar no Festival (como ''Memórias do Cárcere'',
de Nelson Pereira dos Santos, ou ''Quilombo'', de Carlos Diegues), seja
exibindo-os em suas salas (que depois se estenderiam pelo Rio, Belo
Horizonte e Porto Alegre).
Quando a Gaumont Brasil fechou, não foi por culpa dele. A matriz mesmo se
encarregou de se atrapalhar e, na crise, foi forçada a se livrar de seu
projeto brasileiro. E de repente Gabi perdeu o poder, o emprego, o objetivo,
certamente muitos dos amigos. A última vez que o encontrei foi novamente em
Cannes, noutra homenagem, já com uma nova esposa, mais magro, aparentemente
muito animado e feliz. Depois nos perdemos de vista, como acontece com tanta
freqüência na vida. Ao contrário de muita gente em seu lugar, Gabi teve as
chances mas nunca ficou rico, nunca desviou dinheiro e por isso posso
acreditar que tenha tido problemas até para pagar o hospital
em seus últimos dias (de tal maneira que até fundos foram arrecadados pela
Quinzena para ajudá-lo).
É melancólico que sua carreira de cineasta tenha sido truncada, é lamentável
que sua contribuição ao cinema no Brasil tenha se perdido, e mais triste
ainda que o país de adoção tenha sido tão ingrato. Mas não acredito que ele
tenha se arrependido. Morreu brasileiro. À moda brasileira. O fim é sempre
triste. Ao menos, Gabi leva consigo a certeza de ter influenciado toda uma
geração de cinéfilos brasileiros. Até a vista amigo.
Fonte E Pipoca
Fotos Arquivo Ovadia Saadia
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Catherine Jourdan Nina Mathieu Carrière Karl Madeleine Robinson Eva Jean Vilar Paul Christian Baltauss Jean Jean-Jacques Rhuysdaël Vincent Christine Audhuy Lallie Colette Régis La grand-mère Maryse Martin Mélanie Annick Alane Soeur Marie-Émilienne Margo Lion Mme FadillonJacques Marin Ladouhère Alain Aurenche Un ami José Belkan Le capitaine André Dumas Le curé Jean Franval Un marin Oskar Freitag Un officierGabriel Gobin Un marin Jean-François Jaubert Un ami Pierre Londiche Le colonel Christian Melsen Un marin Tony Rödel Un officier Franz Sauer Un capitaine Rolph Spath Un officier Serge Spira Un ami Nicolas Vogel Un capitaine
A deslumbrante Xatherine Jourdan, heroína de Nina 1940- Le Petit Matin: faleceu jobem aos 62 anos em 2006 na França. |
IL y a longtemps que Gabriel Albicocco n'avait pas réussi un film aussi vivant et chaleureux. Avec « Le Petit Matin », tiré du roman de Christine de Rivoyre, Albicocco introduit les coquetteries de forme qu'il adore : flou poétique, éclairage filtrant sous les feuillages, mouvements incessants d'une caméra baladeuse, contre-jours, effets de brume et de nuages, dans un sujet qui les supporte assez bien pour les transformer en lyrisme pur. Il en use encore quelquefois avec une irritante gratuité mais, le plus souvent, ici, son maniérisme est adapté. L'anecdote se situe dans les Landes et dans une famille mauriacienne entre 1940 et 1944. L'héroïne est une adolescente passionnée. Nina est folle de sa jument blanche, elle adore son père, elle hait sa tante puritaine et hystérique et cultive un amour adolescent, inusable, pour son cousin qui se soucie fort peu des jeunes filles. Les occupants allemands tombent dans ce nœud de vipères à grand bruit de bottes : ils réquisitionnent les chevaux, s'installent à la maison, régnent sur le piano, et la cuisine. Un jeune lieutenant ose même monter Querelle, la jument de Nina. Blême de rage elle enfourche un autre cheval pour rattraper l'outrecuidant. Elle découvre un cavalier aussi fin qu'elle-même. Désormais, tous les jours, au petit matin, sous le prétexte de surveiller sa jument, Nina chevauche auprès du beau lieutenant. Peu à peu elle prend goût à la promenade et puis au cavalier...
Jean Gabriel Albicocco aurait certes pu s'épargner et nous épargner les scènes de nudisme sur des plages qui, à l'époque, étaient d'ailleurs minées et défendues par des barbelés. Les galopades des deux amants nus à travers la forêt landaise ne laisseront pas d'étonner les lecteurs du roman. En revanche, ceuxci retrouveront les héros vivants et passionnés en des acteurs aussi justes que Jean Vilar (le père), Madeleine Robinson (la tante) et Catherine Jourdan (Nina). Le lieutenant, Mathieu Carrière, est moins convaincant : ses éclats de rire intempestifs sonnent tout à fait faux. N'empêche, tout inégal qu'il est « Le Petit Matin » possède une sorte de charme auquel on succombe volontiers.
**
Morre o incentivador do cinema Albicocco
Ele foi um grande amigo do Brasil, um apaixonado pelas coisas brasileiras. Jean-Gabriel Albicocco chegou ao País nos anos 70, para fazer Polichinelo, um musical que nunca foi rodado. Mas ele se apaixonou pelo Brasil e aqui ficou. Foi o representante da Gaumont no País, reergueu das cinzas o Belas Artes, após o incêndio que destruiu as salas de São Paulo no começo dos anos 80, tentou fundar, nos 90, a Distribuidora Belas Artes, sempre fiel ao propósito de mostrar, no Brasil, o cinema de arte francês e, na França, ajudar a promover o cinema brasileiro. Foi, ainda, um decisivo animador do FestRio, trazendo caravanas de artistas e diretores europeus para abrilhantar o evento. Albicocco morreu na segunda-feira à noite, no Rio. Era diabético e, há tempos, vinha sofrendo de erisipela. A doença agravou-se, os médicos falavam em amputar-lhe o pé. Morreu de infecção generalizada. Na França, amigos subscreveram uma lista para pagar-lhe as despesas hospitalares. Tinha 65 anos. Será cremado nessa quarta e as cinzas, a seu pedido, serão jogadas do Pão de Açúcar. Filho de um famoso diretor de fotografia (Quinto Albicocco), especializou-se em adaptações literárias. Fez filmes ambiciosos, intelectualmente, mas o vituosismo plástico de A Garota dos Olhos de Ouro, que adaptou de Balzac e era interpretado por Marie Laforet, com quem foi casado, e O Bosque das Ilusões Perdidas, baseado em Alain Fournier, foi severamente criticado. Um crítico chegou a escrever que o esteticismo de Albicocco constituía "uma rude prova para as retinas". À força de tanto rendilhar a imagem de seus filmes, ele terminava por descaracterizar, pelo excesso, os livros que amava. Fez também "Le Rat d´Amérique", um episódio de "L´Amour au Féminin", "Le Coeur Fou" e "Nina 1940: Crônica de um Amor". Podia não ser o melhor diretor do mundo, mas teve papel importante na nouvelle vague e foi uma firme liderança política do cinema francês. Fundador da Sociedade dos Realizadores de Filmes da França, criou também a Quinzena dos Realizadores, uma das mostras paralelas mais importantes do Festival de Cannes. Foi sempre um entusiasmado, pelas coisas do cinema e da vida. Seu mais recente projeto era uma rede de cinemas populares. Queria levar o cinema brasileiro e o francês, ambos alternativos a Hollywood, à periferia. Mais um sonho irreealizado, como o de Polichinelo, uma adaptação da célebre obra da Commedia dell´Arte, que teria a participação de atores e músicos brasileiros. (O Estado de São Paulo, 2001)
Por Ovadia Saadia
QUARTA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2012
Ovadia Saadia conversou com Catherine Deneuve- Isto É gente
No Brasil para o Festival Varilux de Cinema Francês, Catherine Deneuve ficou surpresa com a notícia da morte do ex-namorado Jean-Gabriel Albicocco, há dez anos.
Contada pelo Relações Públicas Ovadia Saadia
Gisele Vitória com Bela Megale- Isto é gente
No Brasil para o Festival Varilux de Cinema Francês, Catherine Deneuve ficou surpresa com a notícia da morte do ex-namorado Jean-Gabriel Albicocco, há dez anos. Os dois tiveram um affair nos anos 60, antes de o cineasta francês se mudar para o País, onde viveu até morrer em 2001. “Foi ele quem me trouxe para conhecer o Rio”, disse ela a um amigo em comum, o colunista e Relações Públicas Ovadia Saadia, com olhos marejados. Depois de se encantar com uma churrascaria em São Paulo, a diva garantiu que voltará para um tour gastronômico
Isto É Gente, 02 de maio de 2012
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por Rubens Ewald Filho
ResponderExcluirAu revoir, Gabi
Não é uma história original, nem inédita. Chega mesmo a ser banal. Mais uma
vez, a velha fábula do europeu, no caso um francês, que veio para os
trópicos, e no caso o Rio de Janeiro, que acabou devorado por ele. Destruído
justamente por tudo aquilo que o havia deixado fascinado na terra de adoção,
esquecido que nosso herói exemplar é Macunaíma, e nossa tradição a
antropofagia, devorando a nós mesmos. Principalmente quando é um estrangeiro
que cometeu o erro de amar a nossa Terra.
O triste é que não é fábula, mas uma história real e trágica, de um grande
cineasta francês, da Nouvelle Vague, que veio para o Brasil cheio de sonhos
de rodar um filme aqui. Acabou ficando, se naturalizando, se envolvendo em
grandes empreendimentos para acabar sozinho, esquecido, sem ter dinheiro
para pagar sequer o hospital. A morte no exílio como acontecia com os
antigos poetas. Se tornando apenas uma nota de rodapé no jornal do d
No entanto, Jean Gabriel Albicocco (1936- 2001) foi, num certo momento, o
ResponderExcluirhomem mais poderoso da cinematografia no Brasil, o introdutor da sala
Multiplex (Belas Artes, seis salas em São Paulo), diretor geral da Gaumont
brasileira. Bem antes disso, Gabi, como era conhecido por amigos e inimigos,
era filho de um famoso fotógrafo de cinema, Quinto Albicocco, e
apropriadamente nasceu nos arredores de Cannes, onde acontece o mais famoso
festival do mundo. O cinema foi para ele uma continuação natural da vida,
sendo assistente dos realizadores Marcel Ichard e Jules Dassin, diretor de
curtas (o pai eventualmente seria também o fotógrafo de seus maiores filmes,
chegando a preciosismos de iluminação e utilização de filtros, às vezes até
em excesso).
O primeiro longa Gabi fez em 1961, o que o colocou na linha de frente do
movimento da Nouvelle Vague que florescia naquele instante. E a primeira
fita deu um apelido para o resto da vida para sua então mulher, a atriz e
cantora Marie Laforet (lembrada também por ''O Sol por Testemunha'', de René
Clement, com Alain Delon). A fita se chamava ''A Garota dos Olhos de Ouro''
(La Fille aux Yeux D´Or) e eu nunca consegui assisti-la. Só sei que as
relações entre ele e Laforet não era das mais amigáveis. Gabi era bastante
discreto nas histórias do passado. Quando Catherine Deneuve esteve no Brasil
no fim dos anos 80, organizamos um pequeno Festival para ela no Belas Artes
e só assim fiquei sabendo que eles haviam sido namorados (ela teria olhado
para ele e dito, desapontada, ''Como você engordou Gabi!''). Uma vez também
me contou que levou Rita Hayworth para jantar em Paris, certo de que saía
com Gilda mas já encontrou uma mulher alcoólatra e sem controle (ninguém
sabia na época que era já o mal de Alzenheimer).
De qualquer forma, foi ainda com Laforet que ele fez o filme seguinte, que o
ResponderExcluirtrouxe para conhecer pela primeira vez o Brasil, ''Le Rat D´Amerique'', com
Charles Aznavour (outro filme a que nunca tive acesso). Foi a maior paixão
de sua vida, o Brasil. Continuou a rodar outros filmes. Seu maior sucesso,
na França, foi a adaptação de um livro famoso, ''Le Grande Meaulnes'' (O
Bosque das Ilusões Perdidas, 1967), com Brigitte Fossey, seguido por outros
menos ilustres (''L´Amor au Féminin'', episódio; ''Le Coeur Fou'', 1970) e
um último que fez grande sucesso de bilheteria por aqui, ''Nina 1940:
Crõnica de um Amor'' (Le Petit Matin, 1971), uma história de amor entre uma
jovem francesa Catherine Jourdan e um oficial nazista, durante a época da
Ocupação, com um clima romântico exaltado e várias cenas de nudez (coisa
rara na época fora das fitas de Roger Vadim).
Foi justamente nos anos 70 que Gabi veio para o Brasil, à principio com um
projeto de um longa-metragem que deveria se chamar ''Polichinelo'' (com
música de Chico Buarque de Holanda), articulando eventos com Club Méridien e
a Unifrance (o organismo governamental da França que é o mais atuante na
divulgação do cinema francês no exterior). Nunca soube porque o filme não
foi feito. Conheci melhor Gabi quando ele se fixou em São Paulo, à testa da
Gaumont (grande produtora e exibidora francêsa) que comprou o antigo
circuito de cinemas da Serrador (que tinha o carro chefe de então, a sala do
Ipiranga, na São João com Ipiranga, isso antes da deterioração do Centro da
cidade).
A Gaumont estava vivendo novos tempos na expansão de seus negócios,
ResponderExcluirproduzindo grandes filmes (até mesmo óperas filmadas, porque seu diretor era
apaixonado por elas, como Don Giovanni, de Joseph Losey, e Carmen, de
Francesco Rosi. Mesmo que fossem deficitárias). E de repente, nos anos 80,
através da amizade de sua assessora de imprensa, Rose Carvalho, estava lá
participando de tudo que eles realizavam. O que não foi pouco. Além do
primeiro Multiplex, renovaram as salas, o sistema de projeção (dizem que os
aparelhos de projeção teriam vindo por mala diplomática, mas pode ser
boato!), deram força ao cinema europeu (e portanto cinema de arte) como
nunca havia acontecido antes. Foram antes de esplendor para o Cinema, até
porque Gabi foi também o organizador e a força por trás de três memoráveis
Festivais de Cinema organizados no Rio de Janeiro. O faro e a experiência
dele em cinema fez com que o Rio fosse pioneiro em premiar Pedro Almodóvar,
''Bagdad Café'', Stephen Frears, trazendo como convidados desde Jodie Foster
a Esther Williams. Sem contar todos os artistas franceses de alguma
importância.
Tudo isso Gabi fez até discretamente. Só descobri como ele era querido
quando foi homenageado no Festival de Cannes, como um dos fundadores da
chamada Quinzena dos Realizadores, a mais importante dos mostras paralelas
do Festival, que havia nascido justamente das manifestações de rua de maio
de 68 que interromperam o Festival. Sou também testemunha da força que ele
sempre deu ao cinema brasileiro, seja co-produzindo filmes nacionais que
invariavelmente conseguia colocar no Festival (como ''Memórias do Cárcere'',
de Nelson Pereira dos Santos, ou ''Quilombo'', de Carlos Diegues), seja
exibindo-os em suas salas (que depois se estenderiam pelo Rio, Belo
Horizonte e Porto Alegre).
Quando a Gaumont Brasil fechou, não foi por culpa dele. A matriz mesmo se
ResponderExcluirencarregou de se atrapalhar e, na crise, foi forçada a se livrar de seu
projeto brasileiro. E de repente Gabi perdeu o poder, o emprego, o objetivo,
certamente muitos dos amigos. A última vez que o encontrei foi novamente em
Cannes, noutra homenagem, já com uma nova esposa, mais magro, aparentemente
muito animado e feliz. Depois nos perdemos de vista, como acontece com tanta
freqüência na vida. Ao contrário de muita gente em seu lugar, Gabi teve as
chances mas nunca ficou rico, nunca desviou dinheiro e por isso posso
acreditar que tenha tido problemas até para pagar o hospital
em seus últimos dias (de tal maneira que até fundos foram arrecadados pela
Quinzena para ajudá-lo).
É melancólico que sua carreira de cineasta tenha sido truncada, é lamentável
que sua contribuição ao cinema no Brasil tenha se perdido, e mais triste
ainda que o país de adoção tenha sido tão ingrato. Mas não acredito que ele
tenha se arrependido. Morreu brasileiro. À moda brasileira. O fim é sempre
triste. Ao menos, Gabi leva consigo a certeza de ter influenciado toda uma
geração de cinéfilos brasileiros. Até a vista amigo. (Rubens Ewald Filho)
Obrigado por matéria tão sublime amado REF!!! (Ovadia Saadia). Mil lembranças, voce Gaby Rose, Mário mendes...um tempo...
ResponderExcluirJean-Gabriel Albicocco (1936–2001)
ResponderExcluirDirector | Writer | Cinematographer
Jean-Gabriel Albicocco was born on February 15, 1936 in Cannes, Alpes-Maritimes, France. He was a director and writer, known for O Bosque das Ilusões Perdidas (1967), Le rat d'Amérique (1953) and Records et vacances (1964). He was married to Marie Laforêt. He died on April 9, 2001 in Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil. See full bio »
Born: February 15, 1936 in Cannes, Alpes-Maritimes, France
Died: April 9, 2001 (age 65) in Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Nina lives with her family in a superb property in the French region of Landes. She loves her cousin Jean who is overprotected by his possessive mother, Eva. There is war and, after the French defeat, Jean wants to join London.
ResponderExcluirDirector: Jean-Gabriel Albicocco
Writers: Jean-Gabriel Albicocco (adaptation), Pierre Kast (adaptation) | 2 more credits »
Stars: Catherine Jourdan, Mathieu Carrière, Madeleine Robinson | See full cast & crew »
Morre o incentivador do cinema AlbicoccoEle foi um grande amigo do Brasil, um apaixonado pelas coisas brasileiras. Jean-Gabriel Albicocco chegou ao País nos anos 70, para fazer Polichinelo, um musical que nunca foi rodado. Mas ele se apaixonou pelo Brasil e aqui ficou. Foi o representante da Gaumont no País, reergueu das cinzas o Belas Artes, após o incêndio que destruiu as salas de São Paulo no começo dos anos 80, tentou fundar, nos 90, a Distribuidora Belas Artes, sempre fiel ao propósito de mostrar, no Brasil, o cinema de arte francês e, na França, ajudar a promover o cinema brasileiro. Foi, ainda, um decisivo animador do FestRio, trazendo caravanas de artistas e diretores europeus para abrilhantar o evento. Albicocco morreu na segunda-feira à noite, no Rio. Era diabético e, há tempos, vinha sofrendo de erisipela. A doença agravou-se, os médicos falavam em amputar-lhe o pé. Morreu de infecção generalizada. Na França, amigos subscreveram uma lista para pagar-lhe as despesas hospitalares. Tinha 65 anos. Será cremado nessa quarta e as cinzas, a seu pedido, serão jogadas do Pão de Açúcar. Filho de um famoso diretor de fotografia (Quinto Albicocco), especializou-se em adaptações literárias. Fez filmes ambiciosos, intelectualmente, mas o vituosismo plástico de A Garota dos Olhos de Ouro, que adaptou de Balzac e era interpretado por Marie Laforet, com quem foi casado, e O Bosque das Ilusões Perdidas, baseado em Alain Fournier, foi severamente criticado. Um crítico chegou a escrever que o esteticismo de Albicocco constituía "uma rude prova para as retinas". À força de tanto rendilhar a imagem de seus filmes, ele terminava por descaracterizar, pelo excesso, os livros que amava. Fez também "Le Rat d´Amérique", um episódio de "L´Amour au Féminin", "Le Coeur Fou" e "Nina 1940: Crônica de um Amor". Podia não ser o melhor diretor do mundo, mas teve papel importante na nouvelle vague e foi uma firme liderança política do cinema francês. Fundador da Sociedade dos Realizadores de Filmes da França, criou também a Quinzena dos Realizadores, uma das mostras paralelas mais importantes do Festival de Cannes. Foi sempre um entusiasmado, pelas coisas do cinema e da vida. Seu mais recente projeto era uma rede de cinemas populares. Queria levar o cinema brasileiro e o francês, ambos alternativos a Hollywood, à periferia. Mais um sonho irreealizado, como o de Polichinelo, uma adaptação da célebre obra da Commedia dell´Arte, que teria a participação de atores e músicos brasileiros.
ResponderExcluirTítulo Original Nina 1940: Crônica de Um Amor
ResponderExcluirSlogan Original ---
Idioma Original French
Gênero(s) Drama, Guerra, Romance
Data de Lançamento 21/04/1971
Duração 120 minutos
Produzido em France
Diretor Jean-Gabriel Albicocco
Produtoras / Distribuidoras Profilms, Pathé!, La Société des Films Sirius, AVW Films
Avaliação IMDB IMDB
Hoje iremos falar sobre mais um filme do diretor Jean-Gabriel Albicocco, produzido pela Profilms, estamos falando do filme Nina 1940: Crônica de Um Amor. Nina 1940: Crônica de Um Amor procura sair do comum ao misturar gêneros Romance, Drama, Guerra. Se você é fã de(a) Catherine Jourdan, Mathieu Carrière, Madeleine Robinson, Jean Vilar, Christian Baltauss, Jean-Jacques Rhuysdaël, Christine Audhuy vai ficar muito feliz em saber que eles são figuras marcadas nesta obra! Catherine Jourdan é um dos protagonistas deste filme, com um personagem bem ativo, contracenando muito bem com Mathieu Carrière. Este é um filme que foi gravado em France, pra quem curte apreciar cada minuto dos filmes que assiste, ficará feliz em saber que este dura cerca de 120 minutos. Nina 1940: Crônica de Um Amor foi gravado no ano de 1971, quando grandes produções começavam a surgir. Lançado em 1971 não teve seu custo divulgado ainda. Ao assistir Nina 1940: Crônica de Um Amor online concluimos que este poderia ser um tremendo filme, mas alguns diálogos forçados e atuações medianas tiraram um pouco de seu brilho, nada que diminua a boa história, é um bom filme para assistir num sábado à noite. (comentário anônimo, traduzido)
ResponderExcluirRubem Biáfora (RIP) na estréia de Nina 1940 em São Paulo (1976): "O segundo filme que aqui nos chega do ítalo-francês Jean-Gabriel Albicocco. O primeiro, aliás a obra de estréia, foi “A Garota dos Olhos de Ouro”, com a sua então esposa, a belíssima Marie Laforet e a “charmante” Françoise Prevost. Era uma estranhíssima, uma quase sutil intriga de amor hetero-sexual e de lesbianismo, baseada em original de Balzac, transposta para a época moderna e com imagens belíssimas, assinadas pelo pai do cineasta, o famoso iluminador Quinto Albicocco. Aqui a ação se passa ao tempo da ocupação nazista e narra o conflito que surge em uma família de ricos proprietários de província quando a filha caçula se apaixona por um oficial alemão. O diabo é que este papel provavelmente ficou a cargo do esquisito e ineficiente Mathieu Carriére. Mas nos dois papéis característicos mais importantes estão intérpretes como a veterana Madeleine Robinson e o celebrado Jean Villar. Outra credencial, esta de roteiro: a participação de Pierre Kast, o cineasta que só quando começa a circular e a atuar nas dissolventes rodinhas “intelectuais” do Rio ou “folclóricas” de Salvador é que perde o brilhantismo revelado em fitas como “La Mort – Saison des Amours”, “Merci, Natercia” ou “La Brullure de Mille Soleils”.
ResponderExcluirPublicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 03/10/76.
Postado por Sergio L. Andrade às 09:20
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http://www.ina.fr/video/RBF06036274
ResponderExcluirentrevista com JG Albicocco e Christine de Rivoyre.
ResponderExcluirhttp://www.ina.fr/video/RBF06036274
Je suis pour la réédition du Petit Matin en DVD. Jean-Gabriel Albicocco est oublié à tort. Le public a souvent aimé ses films, mais le cinéaste a fait l'objet d'un parti pris de certains critiques, plus enclins à penser le cinéma qu'à le ressentir. Il incarne une dimension avant tout poétique du cinéma français. Je conteste l'appellation "maniériste" ou "kitsch" dont on le qualifie parfois : il a une "manière à lui" d'utiliser l'image, qui n'a rien d'un procédé (gratuit), mais qui est une façon de rendre en même temps accessible et inacessible le monde dont il parle, celui du bonheur impossible et dont la nature (les bois du Berry ou les Landes de Gascogne) est à la fois le théâtre et le protagoniste. En fait ses choix d'image, de lumière et de décor, tout comme sa façon d'utiliser les acteurs (et notamment de mélanger professionnels et amateurs, comme dans le Grand Meaulnes) en font à mon avis l'un des cinéastes qui a le mieux réussi l'adaptation d'oeuvres littéraires.
ResponderExcluirLeia mais em http://dvdtoile.com/Thread.php?17300#dD8CEbrGVtsCh1HT.99
De Pat.D, le 20 novembre 2006 à 00:58
ResponderExcluirJe possède ce film remarquable distribué par Alain Kast, fils du scénariste P Kast qui co-signait le scénario du Petit Matin.
C'est là véritablement une oeuvre cinématographique. Je regrette que JG Albiccoco n'ait pas su combien il était estimé. Je ne sais rien de sa disparition dont on me dit qu'il termina sa vie abandonné, sans le sou (?)
Qui en saurait davantage ? Je cherche d&sespérement son "Grand Meaulnes" dont Mme Riviere assurant le co-scénario à ses côtés. Merci à vous
patrick.ducome@free.fr
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e claouey1, le 8 janvier 2007 à 19:34
ResponderExcluirNote du film : 6/6
je souhaite vraiment une édition en dvd ! je garde un souvenir intense de ce film. Je connais bien ces sous-bois au petit matin pour y avoir chassè, les dunes au lever du jour, le soleil qui vient effleurer les vagues ; ce cinéaste a saisi des images d'une très grande fidélité, ces scènes sont dignes d'un très grand photographe enfin elles sont d'une beauté extraordinaire ! je classe ce film dans les films les plus beaux avec une réalité parfaite, de grandes émotions enfin un souvenir impérissable. Il faut vraiment avoir ce film dans sa bibliothèque. N'oublions pas les comédiens ; ils sont remarquables !
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ResponderExcluirDe corsicadan, le 29 mars 2008 à 08:30
Note du film : 6/6
Le Petit Matin J'ai eu le bonheur de regarder ce film 7 fois à sa sortie.. j'en ai un souvenir impérissable… Je ne sais comment le revoir, le DVD ou VHS n'existant pas.. enfin, pas officiellement … et je n'ai pas TPS Cinétoile Si vous avez des informations sur sa sortie, je vous reconnaissant de m'en faire part..
Rappelez vous la musique langoureuse du film ? Le Concerto pour Piano n°6 de Beethoven ..
Je donnerais pas mal pour le revoir.. et l'édition du DVD serait un bien pour faire connaître aux jeunes, la beauté de ce film..
Merci à toutes et à tous d'en parler
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De Duverne, le 23 juin 2008 à 21:30
ResponderExcluirMoi aussi j'aimerais énormément revoir ce film, vu à l'âge de 14 ou 15 ans (j'en ai aujourd'hui 52!)… J'en ai gardé un souvenir très attendri… J'en avais tout aimé: l'histoire, les acteurs, la photographie… Même l'affiche était magnifique… Je n'ai jamais compris pourquoi, depuis, ce film est invisible, introuvable… On a été très injuste avec Albicocco, aujourd'hui oublié et à redécouvrir; même son GRAND MEAULNES, s'il n'est pas un chef-d'oeuvre, n'était pas déshonorant… Mais il est vrai qu'à l'époque il n'y en avait que pour la Nouvelle Vague (surestimée, elle, c'est certain)!… Sans doute était-ce politique… Ce "black-out" sur cette oeuvre est aussi ionadmissible qu'une censure pure et simple.
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ResponderExcluirDe planege, le 14 juin 2011 à 18:25
Note du film : 6/6
Le Petit Matin, d'après le roman de Christine de Rivoyre?
j'ai signé pour participer à la pétition pour faire rééditer ce film en dvd.
j'ai écris au producteur qui m'a répondu, il y a une dizaine d'année, que le film serait effectivement reproduit en vidéo dans les 12 mois qui suivaient, mais …rien n'est venu !!!
Les paysages de ce film sont sublimes et l'histoire a ensoleillé mon adolescence.
Pourquoi n'est-il pas édité, mais pourquoi pourquoi ? je me désespère !!!
cordialement vôtre
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ResponderExcluirDe pat d come, le 3 juillet 2012 à 01:36
C'EST OFFICIEL | CATHERINE JOURDAN EST MORTE, OUBLIÉE L'icône des seventies s'est éteinte à 62 ans
De faux airs de Jean Seberg, un goût prononcé pour les films d'art et d'essai et les rayons X, la magnétique et troublante Catherine Jourdan a rendu l'âme. «Catherine Jourdan s'est éteinte à la suite d'une longue et douloureuse maladie. Aujourd'hui le 7e art est en deuil, le mouvement d'avant-garde des années 1970 aussi. Cathy (pour ses proches) laisse derrière elle une très belle page de l'histoire du cinéma», a écrit un contributeur anonyme sur le blog de l'Éditeur Singulier. Celle qui a bousculé les mœurs de son époque a succombé à une embolie pulmonaire le 18 février à l'âge de 62 ans, a annoncé le photographe et plasticien Alain Fleischer, dont elle fut l'égérie et la compagne. Elle a été inhumée jeudi 24 au Père Lachaise dans la plus stricte intimité.
Née le 12 octobre 1948 à Azay-le-Rideau (Indre-et-Loire), Catherine Jourdan, physique longiligne, front large et regard provocateur à la Twiggy, est arrivée dans la capitale comme mannequin avant de se lancer devant les caméras, notamment dans Le Samouraï de Melville, en 1966. L'année suivante, elle joue dans l'adaptation de La Motocyclette de Mandiargues, avec Alain Delon, encore, et Marianne Faithfull. Puis cette fille fragile et mystérieuse apparaît dans Vivre la Nuit, de Marcel Camus, fiction sur le Paris Nocturne où l'on retrouve Jacques Perrin, Serge Gainsbourg, Kriss ou encore Hervé Vilard. Soixante-neuf/année érotique, la lolita délurée s'exhibe dans un film à sketches italien, Évangile 70, et dans Un Merveilleux Parfum d'Oseille, signé Rinaldo Bassi. Mais c'est Alain Robbe-Grillet, réalisateur et écrivain – l'un des papes du Nouveau roman – qui, avec le mythique L'Eden et Après, la propulse actrice cul(te) qui compte d'ailleurs encore de nombreux fans.
Modèle et muse pour Alain Fleischer, Catherine Jourdan tient ensuite les rôles principaux de ses opus, entre carré rose, souffre et féérie. Elle marque de sa grâce et de son empreinte féline Les Rendez-Vous en Forêt (1971), Dehors Dedans (1975) et l'incestueux Zoo Zéro (1978), avec Klaus Kinski.
«Elle a mené une carrière très singulière, à la fois adulée et marginale, reconnue d'un cinéma d'auteur, expérimental», a rappelé son Pygmalion, chantre du cliché porno-urbain, évoquant «sa coupe courte et blonde, et surtout son teint diaphane qui accrochait extraordinairement la lumière».
Puis la gamine underground se tourne vers les comédies légères comme Les Quatre Charlots Mousquetaires et Les Charlots en folie: À Nous Quatre Cardinal ! d'André Hunebelle. Pas à sa place en Une de Télé 7 Jours, elle retrouve ses démons et son style torturé dans le drame Le Mariage à Ma Mode de Michel Mardore en 1974 (l'histoire d'un journaliste de province trompé par sa femme qui devient complice sexuelle d'une homosexuelle). Inspirée et déshabillée, toujours, elle s'essaie aussi au thriller minimaliste avec Blondy de Sergio Gobby. Puis tente une incursion dans le genre libertin soft avec Aphrodite (1982), en partenaire de charme de Valérie Kaprisky.
En 1984, L'Araignée de Satin, de Jacques Baratier, sur un scénario de Catherine Breillat, avec Ingrid Caven et Roland Topor, Le Diable et la Dame, avec Richard Bohringer, et L'itinéraire de la Haine, les aventures fantasmées d'une Française à Mexico, scellent brutalement la fin du succès.
Depuis, cette éternelle jeune fille vivait retirée du showbiz et menait une existence discrète, «considérant qu'on ne lui proposait plus de personnages à la hauteur de ses attentes», a conclu Alain Fleischer, reconnaissant qui l'avait lui-même un peu perdue de vue.
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Bonjour,
ResponderExcluirDire qu'il est sorti en DVD au Japon en 2005. J'ai même l'impression qu'il est encore en vente sur amazon japon :
http://www.amazon.co.jp/%E5%88%A5%E3%82%8C%E3%81%AE%E6%9C%9D-DVD-%E3%82%AB%E3%83%88%E3%83%AA%E3%83%BC%E3%83%8C%E3%83%BB%E3%82%B8%E3%83%A5%E3%83%BC%E3%83%AB%E3%83%80%E3%83%B3/dp/B0006SLDRK?SubscriptionId=AKIAI4JASGBVI7452F6Q&tag=coo18-22&linkCode=xm2&camp=2025&creative=165953&creativeASIN=B0006SLDRK
J'ai bien essayé de le commander avec mes identifiants amazon, mais ça ne marche pas, je ne peux pas me connecter. Si quelqu'un connaît bien ce pays, ou connaît quelqu'un qui y réside, il pourrait peut-être le commander pour nous.
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De Viator, le 30 novembre 2016 à 23:36
ResponderExcluirNote du film : 5/6
Le dvd est en vente sur amazon Japon: https://www.amazon.co.jp/s/ref=nb_sb_noss_2/353-7441922-8926642?__mk_ja_JP=%E3%82%AB%E3%82%BF%E3%82%AB%E3%83%8A&url=search-alias%3Daps&field-keywords=le+petit+matin+dvd Il est en version française avec sous-titres en Japonais en option. Format: NTSC (Zone2). Edité En 2005, les exemplaires se font rares. Cordialement.
Répondre
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L'Humanité 2001 pede ajuda: La mort de Jean-Gabriel Albicocco
ResponderExcluirMERCREDI, 11 AVRIL, 2001
L'HUMANITÉ
Le cinéaste Jean-Gabriel Albicocco est mort dans la nuit de lundi à mardi à Rio de Janeiro, à l'âge de soixante-cinq ans. Né le 15 février 1936 à Cannes, fils du chef opérateur Quinto Albicocco (qui signera entre autres la photo de la Fille aux yeux d'or et du Grand Maulnes), assistant de Jules Dassin sur Celui qui doit mourir, Jean-Gabriel Albicocco fait partie des nombreux réalisateurs qui commencent à tourner en (et autour de) 1960, dans la foulée de la nouvelle vague. Son goût le porte vers les adaptations littéraires raffinées dès son premier long métrage, la Fille aux yeux d'or, d'après Balzac, où joue Marie Laforêt, qu'il épouse en cette même année 1960. En 1962, le Rat d'Amérique, d'après Jacques Lanzmann, passe quelque peu inaperçu, mais le public revient en 1966 pour le Grand Meaulnes, accordant au film - et à la comédienne Brigitte Fossey, qui trouve dans le personnage d'Yvone de Galais son premier grand rôle de jeune adulte - le succès qu'il avait pu porter en son temps au livre d'Alain-Fournier. Le soin accordé à l'image, qui deviendra pour les détracteurs une préciosité confinant au maniérisme à la David Hamilton, enchante les uns, repousse les autres. Suivront le Cour fou, avec Michel Auclair en 1969, et le Petit Matin, avec Matthieu Carrière et Jean Vilar, d'après le roman de Christine de Rivoyre sur l'occupation allemande, en 1970.
Parallèlement, Jean-Gabriel Albicocco, auquel on ne connaissait que des amis, est un militant très actif de la culture, qui participe à la fondation de la Société des réalisateurs de films (SRF) et de la Quinzaine des réalisateurs à Cannes en 1969. Depuis longtemps, il s'était retiré à Rio, où il était devenu le contact indispensable pour tout cinéaste français passant montrer ses films au Brésil ou souhaitant y tourner. Récemment, il était hospitalisé près de Rio, sans ressources et dans un état très grave. Des personnalités du cinéma venaient de lancer un appel à l'aide pour l'aider à financer ses soins. Ce sont elles qui ont hier annoncé la mort de leur ami et confrère, en précisant que l'appel aux dons reste valable pour payer l'hospitalisation et les soins. Les chèques doivent être libellés à l'ordre de SACD/Jean-Gabriel Albicocco et envoyés à la SACD, direction de la communication, 11 bis, rue Ballu, 75442 Paris Cedex 09.
Jean Roy
http://www.ina.fr/video/CPB94001383/long-courrier-une-nuit-a-rio-video.html
ResponderExcluirLa Vie de JGAlbicocco a Rio pour le programe français de Thierry
http://www.ina.fr/video/CPC79054747/boy-et-le-petit-matin-video.html
ResponderExcluirBoy et le Petit matin
Un comédien lit un auteur
28 janv. 1979 562 vues 51min 01s
A travers la lecture faite par Bulle OGIER de deux de ses romans "Boy "et "Le Petit matin", Christine DE RIVOYRE évoque son enfance puis son adolescence à Bordeaux.Une grande partie de la lecture est faite en off sur des images reconstituant des scènes vécues par l'écrivain dont Bulle OGIER est également l'interprète dans le décor d'une belle maison bourgeoise. Par ailleurs, dans le jardin de sa demeure landaise, l'auteur commente certains aspects de son enfance et de son adolescence ainsi que certains épisodes de sa vie et des thèmes développés dans ses livres comme celui de la mort, de la fatalité. Elle parle de sa découverte des landes où elle a choisi de vivre. Nombreux paysages de la forêt landaise, la campagne sous la brume et rivières et cascades illustrent son propos. En fin d'émission ballade dans la forêt landaise, à travers la campagne, bords de rivière, cascade.
Émission
Un comédien lit un auteur
Production
Producteur ou co-producteur
France Régions 3 Bordeaux
Générique
Réalisateur
Marc Chevillot
Auteur de l'oeuvre pré-existante
Christine de Rivoyre
Producteur
Jean Ricaud
Commentateur
Raymond Paquet
Gilbert Tiberghien
Laporte
Micheline Cornil
Interprète
Bulle Ogier
Nathalie Calme
Participant
Christine de Rivoyre
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