Conhecido mundialmente pela música "She", Charles Aznavour morreu nesta segunda-feira (1º) em sua casa no sul da França. O cantor, que estava com 94 anos de idade, estava com vários shows marcados e viria ao Brasil em março, confirmou ao UOL o empresário e produtor Manoel Poladian. "Ele estava em plena forma. Foi uma grande surpresa. Viria ao Brasil e depois Argentina, Chile e Peru. Ele que pediu. Conversamos na semana passada".
Segundo o empresário, que também era amigo próximo do músico, ele tinha uma grande conexão com o país. "Ele amava o Brasil de verdade. Um cidadão do mundo que não tinha fronteiras", afirmou.
Poladian conheceu Aznavour na década de 60, quando morou na França, e cultivou uma amizade com o cantor. "Era meu amigo há mais de 50 anos. Perdemos o artista do século. Uma pessoa magnífica. Aprendemos muito com ele e desfrutamos de grandes momentos. Já chorei muito".
Com a cantora brasileira Divina Valéria, anos 70 Paris. Valéria faz parte do elenco do filme Divinas Divas que tem destaque internacional 2018-2020. |
Ainda segundo o produtor, que havia conversado com Nicolas, filho mais novo do cantor, toda a família foi pega de surpresa e estava a caminho do sul da França. O cantor francês voltou recentemente de uma turnê no Japão, e foi forçado a cancelar shows devido ao fato de ter quebrado um braço após uma queda. Ele tinha shows marcados até junho de 2019, apesar da idade avançada. "Ele sempre dizia que não iria parar. Ele era especial, humilde. Descia para tomar café da manhã no hotel com todo mundo, lia seu jornal, discutia as notícias".
No ano passado, Poladian foi até Paris para acompanhar um show de Charles Aznavour e o encontrou nos bastidores. "Ele estava com 93 anos. Era um show para oito mil pessoas, cheio de intelectuais da França. Quando cheguei no camarim, ele me disse que tinha acabado de escrever mais duas músicas e queria que eu as ouvisse no dia seguinte", disse. "Isso é só para mostrar essa vontade de produzir, essa garra que ele tinha".
Lançada originalmente em 1974, "She" ganhou inúmeras versões que também ficaram famosas, principalmente um cover de Elvis Costello no filme "Um Lugar Chamado Notting Hill", com Julia Roberts e Hugh Grant.
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Charles Aznavour (Paris, 22 de maio de 1924 — Mouriès, 1 de outubro de 2018[1]) foi um cantor francês de origem armênia, também letrista e ator.
Além de ser um dos mais populares e longevos cantores da França, ele foi também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Atuou em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão). Charles Aznavour vendeu quase 200 milhões de discos em todo o mundo.[2][3][4][5] O cantor começou sua turnê global de despedida no fim de 2006. Após reconhecer sua nacionalidade armênia em dezembro de 2008, Aznavour aceita em 12 de fevereiro de 2009 ser nomeado embaixador da Armênia na Suíça.[6
Biografia
Aznavour nasceu Shahnour Vaghinagh Aznavourian (em armênio: Շահնուր Վաղինակ Ազնավուրյան), filho dos imigrantes armênios Michael e Knar Aznavourian. Seus pais, que eram artistas, o introduziram ao mundo do teatro em tenra idade.
Ele começou a atuar aos nove anos de idade e logo assumiu o nome artístico Charles Aznavour. Seu grande estouro aconteceu quando a cantora Édith Piaf o ouviu cantar e o levou consigo numa turnê pela França e pelos Estados Unidos.
Frequentemente descrito como o Frank Sinatra da França, Aznavour canta principalmente o amor. Ele escreveu musicais e mais de mil canções, gravou mais de 100 álbuns e apareceu em 60 filmes, incluindo Atirem no Pianista e O Tambor. Aznavour canta em muitas línguas
(francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo, armênio e português), o que o ajudou a se apresentar no Carnegie Hall e noutras casas de espetáculos mundo afora. Ele gravou pelo menos uma canção do poetaSayat Nova, do século XVIII, em armênio. "Que c'est triste Venise", cantada em francês, em italiano ("Com'è triste Venezia"), espanhol ("Venecia sin tí"), inglês ("How sad Venice can be") e alemão ("Venedig im Grau") e "The Old-Fashioned Way" estão entre as mais famosas canções poliglotas de Aznavour. Nos anos 1970, Aznavour tornou-se um grande sucesso no Reino Unido, onde sua canção "She" saltou para o número um nas paradas de sucessos.
(francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo, armênio e português), o que o ajudou a se apresentar no Carnegie Hall e noutras casas de espetáculos mundo afora. Ele gravou pelo menos uma canção do poetaSayat Nova, do século XVIII, em armênio. "Que c'est triste Venise", cantada em francês, em italiano ("Com'è triste Venezia"), espanhol ("Venecia sin tí"), inglês ("How sad Venice can be") e alemão ("Venedig im Grau") e "The Old-Fashioned Way" estão entre as mais famosas canções poliglotas de Aznavour. Nos anos 1970, Aznavour tornou-se um grande sucesso no Reino Unido, onde sua canção "She" saltou para o número um nas paradas de sucessos.
Admirador do Quebeque, ele incentivou a carreira da cantora e letrista quebequense Lynda Lemay na França, e tem uma casa em Montréal.
Desde o terremoto de 1988, na Armênia, Aznavour tem ajudado o país através de sua obra de caridade: a Fondation Aznavour Pour L'Arménie ("Fundação Aznavour para a Armênia"). Há uma praça com seu nome na cidade de Erevan, na rua Abovian. Aznavour é membro da Câmara Internacional do Fundo de Curadores da Armênia. A organização tem arrecado mais de 150 milhões de dólares em ajuda humanitária e assistência de desenvolvimento de infraestrutura para a Armênia desde 1992. Charles Aznavour foi nomeado como "Officier" (Oficial) da Légion d'Honneur em 1997.
Em 1988, Charles Aznavour foi eleito "artista do século" pela CNN e pelos usuários da Time Online espalhados pelo mundo. Aznavour foi reconhecido como notável performer do século com cerca de 18% da votação total, desbancando Elvis Presley e Bob Dylan. Após a morte de Frank Sinatra, Charles Aznavour é o último dos crooners tradicionais.
A lista de artistas que já cantaram Aznavour abrange de Fred Astaire a Bing Crosby, de Ray Charles a Liza Minelli. Elvis Costello gravou "She" para o filme Notting Hill. O tenor Plácido Domingo é um grande amigo de Aznavour e frequentemente canta seus hits, principalmente a versão de Aznavour de Ave Maria, de 1994.
No início do outono de 2006, iniciou sua turnê de despedida, apresentando-se nos Estados Unidos e no Canadá, deixando ótimas lembranças. Em 2007, fez concertos no Japão e no resto da Ásia. Com mais de oitenta anos de idade, Aznavour demonstra excelente saúde. Ele ainda canta em várias línguas e sem teleprompters, mas tipicamente canta apenas em duas ou três - francês e inglês são as duas primárias - espanhol e italiano em terceiro lugar, durante a maioria dos concertos. Em 30 de setembro de 2006, apresentou-se num grande concerto em Erevan, capital da Armênia, como estreia da série "Armênia, minha amiga" na França. O presidente armênio Robert Kocharian e o presidente francês Jacques Chirac, à época em visita oficial à Armênia, estavam na primeira fila.
Morreu aos 94 anos no dia 1 de outubro de 2018 em sua casa na serra das Alpilles, no sul da França. A despeito da idade avançada, o cantor continuava a se apresentar regularmente.[7]
Carreira cinematográfica[editar | editar código-fonte]
Teve uma longa e variada carreira paralela como ator, aparecendo em mais de 60 filmes. Em 1960, estrelou Atirem no Pianista, de François Truffaut, no papel do personagem Édouard Saroyan. Também teve uma performance aclamada em 1974, no filme O Caso dos Dez Negrinhos, e teve um importante papel de coadjuvante no filme O Tambor, de 1979, vencedor do Academy Award de melhor filme em língua estrangeira em 1980. Em 2002 estrelou o filme Ararat, interpretando Edward Saroyan, um cineasta.
Curiosidades
- Aznavour sempre foi consciente de sua baixa estatura — 1,60 m. No entanto ele desenvolveu uma tremenda presença de palco e comando.
- A alcunha de Aznavour é Charles Aznavoice (Aznavoz), usado tanto por críticos quanto afetivamente por alguns fãs.
- Seu nome serviu de inspiração para o personagem Char Aznable da mais importante série de ficção científica japonesa, Mobile Suit Gundam. No Japão, é um dos personagens de anime mais cultuados da história.
- Charles participou de um episódio da primeira temporada do The Muppet Show.
Prêmios e reconhecimentos
- 1963, 1971 e 1980 - Edison Prêmios (três vezes);
- 1971 - Golden Lion Award honorário no Festival de Cinema de Veneza para a versão italiana da música Mourir d'aimer;
- 1995 - Grande Medalha da Academia Francesa;
- 1995 - Embaixador da Boa Vontade e Permanente Delegado da Armênia para a UNESCO;
- 1996 - Indução para o Songwriters Hall of Fame;
- 1996 - Aznavour foi elencado no Hall da Fama dos Letristas;
- 1997 - Aznavour foi premiado na França como artista masculino do ano;
- 1997 - Aznavour foi premiado com o César honorário;
- 1997 - Francês Victoire prêmio de artista masculino do ano;
- 1997 - Honorary Award César;
- 1997 - Officier (oficial) da Légion d'honneur;
- 2004 - Herói Nacional da Armênia;
- 2004 - Aznavour recebeu o título de "Herói Nacional da Armênia";
- 2006 - Aznavour foi laureado pelo 30º Festival de Cinema do Cairo;
- 2006 - prêmio honorário em 30 Cairo Film Festival;
- 2008 - Diretor Honorário da Ordem do Canadá;
- 2008 - Cidadania da República da Armênia;
- 2009 - MIDEM Lifetime Achievement Award;
- 2009 - Grigor Lusavorich, prêmio de República de Nagorno-Karabakh;
- 2009 - Oficial da Ordem Nacional de Quebec;
- 2010 - fim de Honra "pelo excelente contributo para o reforço dos laços culturais entre a Rússia e a França".
O cantor veio ao Brasil em abril de 2008 com a sua turnê de despedida, e mostrou, apesar da idade, que está em grande forma. Suas apresentações foram marcadas pela presença de pessoas ilustres, como a atriz Bibi Ferreira. Os críticos dos principais jornais, bem como os famosos presentes, fizeram efusivos elogios ao cantor cujas apresentações foram intensamente aplaudidas. Aznavour passou por seis capitais brasileiras: São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Em setembro de 2008 o cantor voltou ao Brasil, por ter tido uma receptividade muito boa em abril de 2008 e fez mais sete shows nas capitais: Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Mostrando disposição para mais uma maratona de shows apesar da idade avançada. Em maio de 2013 o cantor volta ao Brasil, onde faz apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife.
Em março de 2017, Aznavour faz shows em São Paulo e Rio de Janeiro para casas completamente cheias, mostrando a vitalidade de sempre apesar da longevidade, que não parece ser-lhe grande incômodo.
Charles Aznavour atuou duas vezes em Portugal, na sua turnê mundial, em 2008, no Pavilhão Atlântico no dia 23 de Fevereiro[11] e no Meo Arena, no sábado, dia 10 de dezembro de 2016.
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Pour la terre de ses ancêtres, l'Arménie, Charles Aznavour s’est battu avec ferveur.
Je me souviens des larmes d’Aznive, ma grand-mère, quand Charles chantait devant elle « La Mamma ». Elle pleurait Knar Aznavour, sa sœur de lait, la mère de Charles. Deux destins arméniens liés comme les doigts d’une même main. Elles s’étaient rencontrées à Erzurum, en Anatolie, et avaient dû fuir ensemble les sabres de l’armée turque. Il y eut Constantinople, puis la Grèce, avant qu’elles ne se retrouvent à Paris où Charles naquit par hasard, en 1924. Ses parents, qui rêvaient d’Amérique, décidèrent finalement de rester. Et ma grand-mère devint sa marraine. Nos parents étaient pudiques. Comme les rescapés de la Shoah, ils taisaient leurs souffrances, de peur de gêner les autres. Entre eux, les mots étaient inutiles. « Terzian, je l’ai connu dans le ventre de sa mère », plaisantait Charles. Nous parlions toujours arménien. Cela nous faisait du bien, et lui me glissait en plaisantant : « Ça emmerde les autres ! »
« Tu sais, ton père et mon père, ils ne réécrivaient pas la littérature, c’était des joyeux drilles qui passaient leur vie au concert Mayol, près de Strasbourg-Saint-Denis », aimait-il me raconter. Il avait raison, la plus belle réponse aux massacres et à la tristesse était certainement de chanter. Charles avait découvert la terre de nos ancêtres en 1964, alors qu’elle était encore soviétique. C’était à l’occasion d’une tournée internationale. Son rôle, éminemment politique, vint avec le succès. « Ils sont tombés », cette chanson enregistrée à Londres, en 1975, soixante ans jour pour jour après la rafle des intellectuels arméniens à Constantinople, marque le début de son engagement. « Ignorés, oubliés dans leur dernier sommeil / Ils sont tombés en croyant ingénus / Que leurs enfants pourraient continuer leur enfance. » Comme beaucoup d’Arméniens de la diaspora, je connais par cœur les paroles de cet hymne cruel.
Le violent tremblement de terre qui secoua l’Arménie en 1988, faisant 30 000 morts, le rapprocha encore davantage de nos racines. Rester les bras croisés devant tant de malheur lui était impossible. « L’histoire ne nous a pas gâtés », répétait-il, remuant ciel et terre pour récolter des dons et envoyer de l’aide. Charles n’était ni de droite ni de gauche. Il embrassait tous les politiques, pourvu qu’ils soient utiles à faire avancer la cause arménienne. Le développement économique, politique, culturel, la réouverture d’une frontière avec la Turquie ou la reconnaissance claire et définitive du génocide, la résolution du conflit avec l’Azerbaïdjan autour de la question du Karabakh… aucun dossier, même le plus épineux, ne le rebutait. Il croyait au dialogue, ne renonçait jamais à tenter de raccommoder les uns avec les autres.
(Paris Match)- Na sua Armênia, um herói nacional.
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Charles était heureux de la façon dont l’actuel premier ministre arménien, Nikol Pachinian, s’était hissé au pouvoir en mai dernier. Porté par la rue, sans heurts. Belle leçon de démocratie selon Charles. Il était de chaque voyage des présidents français en Arménie. Ce n’est pas lui qui les sollicitait, mais eux qui venaient le chercher. Il devait y retourner en octobre avec Emmanuel Macron pour le sommet de la francophonie. En 2011, la veille de rejoindre Nicolas Sarkozy à Erevan, il se produisait à l’Olympia. A la fin du concert, vers minuit, une voiture officielle l’a emmené à Villacoublay. Quatre heures et demie de vol plus tard, Charles débarquait, frais comme un gardon. Coincé entre le président français et son homologue arménien, Serge Sarkissian, il courait d’une cérémonie à l’autre. Au mémorial du génocide, il était gelé. Quelqu’un lui a tendu une couverture rouge dans laquelle il s’est enroulé, tout petit et incroyablement fort. Puis, dans une salle voisine, il a chanté, habité comme jamais. Dans l’avion du retour, épuisé, je m’endormais, lui pianotait sur son ordinateur. « Que fais-tu ? » « J’écris une chanson. »
Charles ne dormait jamais. Charles passait sa vie à voyager. Je me souviens de lui débarquant à l’Elysée pour un déjeuner d’Etat sous François Hollande : « Je m’excuse, j’arrive tout juste de New York. » Puis prenant congé une demi-heure plus tard : « Je m’excuse, je repars à Buenos Aires. » Lors de la commémoration du génocide, en 2015, j’arrive dans l’Airbus du même président Hollande. Je demande à Charles : « Tu n’es pas venu avec le président ? » « Si », me répond-il en se tournant vers Vladimir Poutine.
En Arménie, il était une icône. Les présidents arméniens l’appelaient Maestro. On le paraît de toutes les médailles, de tous les hommages. Place de la République, la plus grande d’Erevan, ses chansons diffusées à longueur de journée couvrent encore le bruit des fontaines. J’assistais à son 90e anniversaire au palais présidentiel. Après les discours officiels, un peu pesants, l’assemblée s’était levée pour entonner « Joyeux anniversaire ». Bouleversé, il se tourna vers moi, évoquant ses parents : « Ils ne sont pas très loin d’ici… Crois-tu qu’ils sont fiers ? »
(Paris match, agradecimentos)
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Charles Aznavour, mort dans la nuit de dimanche à lundi à 94 ans, était le dernier "grand" de la chanson française, dont il a été l'ambassadeur à travers le monde
"La bohème", "Je m'voyais déjà", "La Mamma", "Comme ils disent"... Du haut de son mètre soixante et des poussières, Charles Aznavour, mort dans la nuit de dimanche à lundi à 94 ans, était le dernier "grand" de la chanson française, dont il a été l'ambassadeur à travers le monde. Un ambassadeur aussitôt salué par la ministre de la Culture Françoise Nyssen sur Twitter: "La France perd Aznavour, un de ses plus grands poètes, toujours à l’avant-garde, une véritable légende qui a traversé les frontières et les époques. Les Français perdent Charles, un visage familier qui les a emmenés pendant plus de 70 années au pays de ses inoubliables chansons".
"J'ai fait une carrière inespérée mais exemplaire", avait confié le "Sinatra français" à l'AFP. "Tout est une question de chance". De chance mais aussi de talent et de volonté, puisqu'il a dû lutter à ses débuts pour imposer sa taille, son physique et sa voix atypiques, avant d'arriver en tête de l'affiche. "Côté critiques, j'ai été servi: on a dit que j'étais laid, petit, qu'il ne fallait pas laisser chanter les infirmes", racontait celui que la critique anglo-saxonne avait surnommé à ses débuts "Aznovoice" (jeu de mots signifiant: il n'a pas de voix). Charles Aznavour (de son vrai nom Aznavourian) naît à Paris d'un couple d'immigrés venus d'Arménie qui attendent un visa pour les Etats-Unis. Il gardera des liens très forts avec le pays de ses ancêtres. A ses débuts, il veut devenir comédien et fait de la figuration au théâtre et au cinéma.
Tournée mondiale
Aznavour se lance dans la chanson en duo avec Pierre Roche au début des années 1940. En 1946, il rencontre Charles Trenet et Edith Piaf, qui le surnomment "le génie con" et le force à se refaire le nez. Il écrit pour d'autres que lui ("Plus bleu que le bleu de tes yeux" pour Piaf, "Je hais les dimanches", refusée par Piaf mais adoptée par Juliette Gréco) mais n'a aucun succès comme interprète. La donne change légèrement au milieu des années 50 avec le succès de "Sur ma vie" (1954). Au cinéma, il tourne avec François Truffaut pour "Tirez sur le pianiste" en 1960, l'année de sortie de "Je m'voyais déjà", l'une de ses plus fameuses chansons qui révèle enfin son talent scénique.
En 1963, Aznavour triomphe au Carnegie Hall de New York et, devenu une vedette internationale, se lance dans une tournée mondiale. Il se rend alors pour la première fois en Arménie. Et en 1968, il épouse en troisièmes noces une Suédoise, Ulla Thorsell. Dans les années 1970, Aznavour se frotte à des thèmes de société dans ses chansons: "Mourir d'aimer", tirée du film du même nom et inspirée par le suicide d'une enseignante en 1969 après une liaison avec un élève, ou "Comme ils disent", qui évoque l'homosexualité. Les plus grands artistes reprennent ses chansons: Ray Charles chante "La Mamma" (écrite par Aznavour avec Robert Gall, le père de France Gall), Fred Astaire "Les plaisirs démodés" et Bing Crosby "Hier encore".
Tout le monde se l'arrache, y compris le fisc qui le rattrape en 1977. Il est condamné en appel à un an de prison avec sursis et à une amende de 10 millions de francs de l’époque. "Si je n'avais pas eu autant d'ennuis avec l'administration et les médias, je serais resté en France", déclarait-il en 2013, affirmant avoir versé de l'argent à des politiques de tout bord pour tenter de régler ses problèmes, et rappelant avoir finalement bénéficié d'un non-lieu.
Quand d'autres songent à la retraite, lui continue d'enchaîner disques
Il poursuit aussi sa carrière au cinéma, avec notamment "Le Tambour", de Volker Schlöndorff (1979) ou "Les fantômes du chapelier" de Claude Chabrol (1982). En 1988, il vient en aide à l'Arménie, meurtrie par un tremblement de terre, fonde le comité "Aznavour pour l'Arménie" et écrit le texte de la chanson humanitaire "Pour toi Arménie". En 1991, il partage la scène à Paris avec son amie Liza Minnelli et, en 1995, rachète les éditions musicales Raoul Breton. Quand d'autres songent à la retraite, lui continue d'enchaîner disques, livres de souvenirs et concerts à travers le monde. "Je n'ai jamais, jamais prononcé le mot adieu!", s'emportait-il en 2011, avant d'entamer une série de 22 concerts à l'Olympia pour ses 87 ans.
Sur scène, il impressionnait par sa vitalité intacte et ne faisait que quelques concessions à l'âge: un prompteur pour pallier les trous de mémoire, un fauteuil pour les coups de fatigue, sur lequel il se reposait plus souvent ces dernières années, comme en septembre lors de ses dernières représentations au Japon, après s'être fracturé un bras cet été. Dans l'une des chansons, "J'abdiquerai", Aznavour évoquait la mort en s'amusant ironiquement de son statut de monument de la chanson: "S'il me reste encore un beau spectacle à faire/Un bel enterrement flatterait mon ego".
(www.parismatch.com)- Paris Match agradecimentos
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Cinéma- Os filmes de Charles Aznavour
- 1936 : La Guerre des gosses d'Eugène Deslaw et Jacques Daroy, avec Jean Murat, Saturnin Fabre : rôle mineur (non crédité)
- 1938 : Les Disparus de Saint-Agil de Christian-Jaque : un élève (non crédité1)
- 1945 : Adieu chérie de Raymond Bernard, avec Danielle Darrieux, Louis Salou : un duettiste
- 1956 : Une gosse sensass de Robert Bibal : le chanteur
- 1957 : Paris Music Hall de Stany Cordier : Charles
- 1957 : C'est arrivé à 36 chandelles d'Henri Diamant-Berger, avec Jane Sourza, Guy Bertil : lui-même
- 1958 : La Tête contre les murs de Georges Franju, avec Pierre Brasseur, Jean-Pierre Mocky : Heurtevent
- 1959 : Oh ! Qué mambo de John Berry, avec Magali Noël, Dario Moreno : lui-même
- 1959 : Les Dragueurs de Jean-Pierre Mocky, avec Anouk Aimée : Joseph Bouvier
- 1959 : Le Testament d'Orphée de Jean Cocteau, avec Jean Cocteau, Jean Marais : le curieux
- 1960 : Tirez sur le pianiste de François Truffaut avec Marie Dubois et Michèle Mercier
- 1960 : Un taxi pour Tobrouk de Denys de La Patellière avec Lino Ventura
- 1960 : Le Passage du Rhin d'André Cayatte
- 1961 : Les lions sont lâchés d'Henri Verneuil avec Claudia Cardinale, Jean-Claude Brialy
- 1962 : Horace 62 d'André Versini
- 1962 : Les Petits Matins de Jacqueline Audry
- 1962 : Le Diable et les Dix Commandements, film à sketches de Julien Duvivier, épisode Tu ne tueras point Denis Mayeux prêtre novice, avec Lino Ventura, Maurice Biraud
- 1962 : Tempo di Roma (Destination Rome) de Denys de La Patellière
- 1962 : Le Rat d'Amérique de Jean-Gabriel Albicocco
- 1962 : Les Quatre Vérités (épisode : Les Deux Pigeons de René Clair)
- 1962 : Pourquoi Paris ? de Denys de La Patellière
- 1963 : Cherchez l'idole de Michel Boisrond avec Frank Alamo
- 1964 : Haute Infidélité (Alta infidelta) (épisode : Péché dans l'après-midi d'Elio Petri)
- 1964 : Les Vierges de Jean-Pierre Mocky avec Gérard Blain, Jean Poiret
- 1965 : Paris au mois d'août de Pierre Granier-Deferre avec Jacques Marin et Susan Hampshire (Il compose et interprète la chanson-thème).
- 1965 : La Métamorphose des cloportes de Pierre Granier-Deferre
- 1966 : Le facteur s'en va-t-en guerre de Claude Bernard-Aubert
- 1968 : Caroline chérie de Denys de La Patellière avec France Anglade, François Guérin, Bernard Blier, Karin Dor
- 1968 : Candy de Christian Marquand avec Ewa Aulin et Ringo Starr
- 1969 : Le Temps des loups de Sergio Gobbi avec Robert Hossein, Virna Lisi
- 1970 : The Games de Michael Winner avec Ryan O'Neal
- 1970 : Un beau monstre de Sergio Gobbi
- 1970 : Les Derniers Aventuriers de Lewis Gilbert avec Alan Badel
- 1971 : La Part des lions de Jean Larriaga avec Robert Hossein
- 1972 : Les Intrus de Sergio Gobbi avec Marie-Christine Barrault
- 1973 : The Blockhouse de Clive Rees
- 1974 : Dix petits nègres de Peter Collinson avec Maria Rohm
- 1975 : Folies bourgeoises de Claude Chabrol avec Stéphane Audran, Bruce Dern
- 1976 : Intervention Delta (Sky Riders) de Douglas Hickox avec James Coburn, Susannah York
- 1979 : Le Tambour de Volker Schlöndorff avec David Bennent, Mario Adorf
- 1981 : Qu'est-ce qui fait courir David ? d'Élie Chouraqui avec Francis Huster, Nicole Garcia
- 1982 : La Montagne magique (Der Zauberberg) de Hans W. Geissendörfer avec Christoph Eichhorn, Marie-France Pisier
- 1982 : Les Fantômes du chapelier de Claude Chabrol avec Michel Serrault
- 1982 : Édith et Marcel de Claude Lelouch avec Évelyne Bouix, Marcel Cerdan Jr
- 1983 : Viva la vie de Claude Lelouch avec Charlotte Rampling, Michel Piccoli
- 1986 : Yiddish Connection de Paul Boujenah avec André Dussollier
- 1988 : Mangeclous de Moshé Mizrahi avec Pierre Richard, Jacques Villeret
- 1989 : Il Maestro de Marion Hänsel avec Malcolm McDowell, Andréa Ferréol
- 1991 : Les Années campagne de Philippe Leriche avec Benoît Magimel
- 1996 : Pondichery, dernier comptoir des Indes de Bernard Favre avec Richard Bohringer
- 1996 : Le Comédien de Christian de Chalonge avec Michel Serrault
- 2001 : La Vérité sur Charlie (The Truth about Charlie) de Jonathan Demme avec Thandie Newton, Mark Wahlberg
- 2002 : Ararat de Atom Egoyan avec Marie-Josée Croze
- 2004 : Ennemis publics de Karim Abbou avec Richard Bohringer
- 2005 : Emmenez-moi de Edmond Bensimon avec Gérard Darmon, Zinedine Soualem
- 2006 : Mon colonel de Laurent Herbiet
- 2009 : Là-haut de Peter Docter, film d'animation des studios Disney et Pixar, (voix)
Télévision[modifier | modifier le code]
- 1984 : Le Paria (téléfilm) - Julien Mauriès
- 1989-1992 : Le Chinois2 - Charles Cotrel
- 1994-1999 : Les Baldi (série TV) - Baldipata
- 1999 : Les Mômes de Patrick Volson - Gaspard
- 2000 : Judicaël de Claude d'Anna - Raphaël Perlman
- 2001 : Angelina de Claude d'Anna - Lucien
- 2002 : Passage du bac de Olivier Langlois - Popeye
- 2004 : Le Père Goriot de Jean-Daniel Verhaeghe d'après Honoré de Balzac - Jean-Joachim Goriot
- 2013 : L'Habit ne fait pas le moine, court-métrage de Sandrine Veysset (La Collection Jeanne Moreau) - Léon
Compositeur (BOF)[modifier | modifier le code]
La liste des titres suivants ne mentionne que les films pour lesquels Charles Aznavour a composé tout ou partie de la musique originale. Les films utilisant des chansons préexistantes de Charles Aznavour ne sont pas listés ici.
- 1956 : Une gosse sensass de Robert Bibal
- 1957 : Ces dames préfèrent le mambo de Bernard Borderie
- 1960 : Le Cercle vicieux de Max Pécas
- 1960 : Tu ne tueras point de Claude Autant-Lara
- 1961 : De quoi tu te mêles Daniela ? de Max Pécas
- 1962 : Douce violence de Max Pécas (Aznavour est l'auteur de la chanson Il faut saisir sa chance, sur une musique de Georges Garvarentz compositeur de la BOF)
- 1962 : Les Quatre Vérités de René Clair
- 1963 : Cherchez l'idole de Michel Boisrond (Aznavour est l'auteur des chansons sur des musiques de Georges Garvarentz ; voir BOF Cherchez l'idole)
- 1965 : Cent briques et des tuiles de Pierre Grimblat (BOF en collaboration avec Georges Garvarentz)
Scénariste[modifier | modifier le code]
Distinctions cinématographiques[modifier | modifier le code]
- 1959 : Prix d'interprétation de l'Académie du cinéma français pour son rôle de Heurtevent dans La Tête contre les murs de Georges Franju
- 1971 : Lion d'or de la Mostra de Venise pour la version italienne de la chanson du film Mourir d'aimer
- 1997 : César d'honneur
- 2006 : Honoré lors du 30e Festival international du film du Caire
Devidas homenagens
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