Sr.Elídio Raimondi
Dono do bar do Elídio
Terça- feira, dia 08 de maio – 19h
Igreja- Paróquia São Rafael, Mooca
Localização:
Radial Leste > Vd. Alcantara Machado > curva fechada direita >
R. Almeida Lima > passagem por baixo do Vd. Prof. Alberto Mesquita > pequeno
trecho ao lado do Vd. > R. Borges de Figueiredo > primeira à esquerda > R.
Guaratinguetá > Lgo. São Rafael
Faleceu na quarta-feira após breve e súbita enfermidade, o fundador do
Elídio bar, em 1959. Sr. Elídio Raimondi que trabalhou normalmente na
unidade do Mercado Municipal até sexta- feira última dia 27 de abril.
Já reabertas as duas unidades, matriz da Mooca e unidade do Mercadão,
prossegue a bela história de pioneirismo do boteco chique com comida de
excelente qualidade, através das suas três filhas agora a frente das casa:
Celeste, Solange e Suzete Raimondi.
******************************************************
Perdemos Elídio, melhor que o Google quando o assunto era futebol, já quealém de saber tudo, ainda servia um dos melhores chopes da cidade em seu Bar do Elídio
POR MARCOS SERGIO SILVA*
Foi um amigo, o Fernando Busian, quem me levou pela primeira vez ao Bar do
Elídio. Lembro de ter ficado a maior parte do tempo sem prestar atenção no
que ele falava. Estava fascinado pelos pôsteres na parede, grande parte deles de clubes da cidade de São Paulo que nem existem mais – como o Ypiranga e o Comercial. O Elidio conhecia todos eles. Com uma certa vergonha, me aproximei e comecei a perguntar desses times. Onde o Comercial mandava os seus jogos? Na Javari, respondeu Elídio. E o Ypiranga? No campo da rua dos Sorocabanos.
No pequeno corredor instalado na rua Izabel Dias, na Mooca, Elídio juntava a
memória futebolística aos quadros de balão e canecas de festas de chope. Com
o tempo, esses quadros sumiram. No fundo do bar, havia uma foto gigante de
um dos filhos de Elídio vestido com a camisa da Portuguesa abraçado a Pelé,
ainda jogador, no gramado do Pacaembu.
Era muita coisa para um espaço só – no restaurante, bem ao lado, ele
mantinha apenas os recortes dos jornais que visitavam e elogiavam o bar. Mas
ainda havia o chope. E que chope. O mais bem tirado de São Paulo. Era
servido pelo Verdadeiro, um dos garçons pelos quais a caldereta vale ainda
mais o preço que a gente paga.
Naquele primeiro dia, em 2003, eu vestia a camisa do Nacional Atlético
Clube, hoje na quarta divisão do Campeonato Paulista. Elídio ficou de olho e
perguntou se eu não queria doá-la para o bar. No mesmo dia, fiz a equação: o
que vale mais, tê-la em um guarda-roupa, mofando, ou contemplá-la na parede
de um bar que me fascinava no mesmo dia em que o conheci?
Uma semana depois, levei a camisa e a entreguei ao Elídio. Ela está no andar
de cima do bar, que ampliou o seu espaço (são dois andares agora) e abriu
uma filial, no Mercadão de São Paulo. Como recompensa, ganhei um apelido:
Nacional. O Fernando entregou, na mesma época, um livro com as obras de
Francisco Rebolo, pintor modernista, jogador e criador do símbolo do
Corinthians. E passou a ser chamado de Rebolo.
Uma das cenas mais bacanas que vi foi na semana do Grande Prêmio de Fórmula
1, em 2007. Estava no Amigo Leal, outra choperia clássica da cidade. Quando
vejo, o Elídio veio até a mesa onde estava. Depois de saber como andava o
“Nacional”, eu devolvo a pergunta, questionando o por quê de visitar a
concorrência. “O chope dele acabou. Daí emprestei uma parte”, disse.
O Elídio era de fato uma enciclopédia do futebol. Sabia de todas as
escalações, desde os anos 40. Não era mentira, não. Sabia mesmo. O maior
teste foi quando uma colega de redação aqui na Placar, a Helena, disse que o
avô, Eduardinho, jogou no Corinthians naquela época. Quando encontrei com o
Elídio, tentei lembrar o nome do jogador, e ele não saía. Citei que havia
jogado por Corinthians, Nacional e Comercial. Na hora, o Elídio lascou: “O
Eduardinho?”.
Foi a última vez que o encontrei. Quando soube de sua morte, aos 76 anos, na
tarde desta quarta-feira, sabia que essa memória do futebol paulistano
também morria. Ninguém sabia mais do que o Elídio e jamais saberá.
(*) Marcos Sérgio Silva é editor da revista Placar
Imagens - Memória
O último evento
Seu Elídio saia pouco dos seus domínios, na Mooca e No mercado Municipal.
Mas foi- acompanhado por duas de suas tres filhas Celeste (nas imagens em
anexo de preto) e Suzete 9de vermelho)- com gosto especial receber seu
diploma no Bar do Nelson, outorgado pela ACADEMIA BRASILEIRA DE HONRARIAS AO MÉRITO- Culinária de SP. Foi seu último evento, cujo diplomas estão em destaque nas duas unidades de seus bares. Nas fotos o saudoso Elídio
Raimondo está com amigos de uma trajetória única e exemplar:
* Andréa Matarazzo (gravata)
* Humberto Verre, cliente fiel
* Lilian Gonçalves
* Cantor Silvio Britto
7 outros amigos.
Ovadia Saadia, RP e fã do seu Elídio
Dono do bar do Elídio
Terça- feira, dia 08 de maio – 19h
Igreja- Paróquia São Rafael, Mooca
Localização:
Radial Leste > Vd. Alcantara Machado > curva fechada direita >
R. Almeida Lima > passagem por baixo do Vd. Prof. Alberto Mesquita > pequeno
trecho ao lado do Vd. > R. Borges de Figueiredo > primeira à esquerda > R.
Guaratinguetá > Lgo. São Rafael
Faleceu na quarta-feira após breve e súbita enfermidade, o fundador do
Elídio bar, em 1959. Sr. Elídio Raimondi que trabalhou normalmente na
unidade do Mercado Municipal até sexta- feira última dia 27 de abril.
Já reabertas as duas unidades, matriz da Mooca e unidade do Mercadão,
prossegue a bela história de pioneirismo do boteco chique com comida de
excelente qualidade, através das suas três filhas agora a frente das casa:
Celeste, Solange e Suzete Raimondi.
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Perdemos Elídio, melhor que o Google quando o assunto era futebol, já quealém de saber tudo, ainda servia um dos melhores chopes da cidade em seu Bar do Elídio
POR MARCOS SERGIO SILVA*
Foi um amigo, o Fernando Busian, quem me levou pela primeira vez ao Bar do
Elídio. Lembro de ter ficado a maior parte do tempo sem prestar atenção no
que ele falava. Estava fascinado pelos pôsteres na parede, grande parte deles de clubes da cidade de São Paulo que nem existem mais – como o Ypiranga e o Comercial. O Elidio conhecia todos eles. Com uma certa vergonha, me aproximei e comecei a perguntar desses times. Onde o Comercial mandava os seus jogos? Na Javari, respondeu Elídio. E o Ypiranga? No campo da rua dos Sorocabanos.
No pequeno corredor instalado na rua Izabel Dias, na Mooca, Elídio juntava a
memória futebolística aos quadros de balão e canecas de festas de chope. Com
o tempo, esses quadros sumiram. No fundo do bar, havia uma foto gigante de
um dos filhos de Elídio vestido com a camisa da Portuguesa abraçado a Pelé,
ainda jogador, no gramado do Pacaembu.
Era muita coisa para um espaço só – no restaurante, bem ao lado, ele
mantinha apenas os recortes dos jornais que visitavam e elogiavam o bar. Mas
ainda havia o chope. E que chope. O mais bem tirado de São Paulo. Era
servido pelo Verdadeiro, um dos garçons pelos quais a caldereta vale ainda
mais o preço que a gente paga.
Naquele primeiro dia, em 2003, eu vestia a camisa do Nacional Atlético
Clube, hoje na quarta divisão do Campeonato Paulista. Elídio ficou de olho e
perguntou se eu não queria doá-la para o bar. No mesmo dia, fiz a equação: o
que vale mais, tê-la em um guarda-roupa, mofando, ou contemplá-la na parede
de um bar que me fascinava no mesmo dia em que o conheci?
Uma semana depois, levei a camisa e a entreguei ao Elídio. Ela está no andar
de cima do bar, que ampliou o seu espaço (são dois andares agora) e abriu
uma filial, no Mercadão de São Paulo. Como recompensa, ganhei um apelido:
Nacional. O Fernando entregou, na mesma época, um livro com as obras de
Francisco Rebolo, pintor modernista, jogador e criador do símbolo do
Corinthians. E passou a ser chamado de Rebolo.
Uma das cenas mais bacanas que vi foi na semana do Grande Prêmio de Fórmula
1, em 2007. Estava no Amigo Leal, outra choperia clássica da cidade. Quando
vejo, o Elídio veio até a mesa onde estava. Depois de saber como andava o
“Nacional”, eu devolvo a pergunta, questionando o por quê de visitar a
concorrência. “O chope dele acabou. Daí emprestei uma parte”, disse.
O Elídio era de fato uma enciclopédia do futebol. Sabia de todas as
escalações, desde os anos 40. Não era mentira, não. Sabia mesmo. O maior
teste foi quando uma colega de redação aqui na Placar, a Helena, disse que o
avô, Eduardinho, jogou no Corinthians naquela época. Quando encontrei com o
Elídio, tentei lembrar o nome do jogador, e ele não saía. Citei que havia
jogado por Corinthians, Nacional e Comercial. Na hora, o Elídio lascou: “O
Eduardinho?”.
Foi a última vez que o encontrei. Quando soube de sua morte, aos 76 anos, na
tarde desta quarta-feira, sabia que essa memória do futebol paulistano
também morria. Ninguém sabia mais do que o Elídio e jamais saberá.
(*) Marcos Sérgio Silva é editor da revista Placar
Imagens - Memória
O último evento
Seu Elídio saia pouco dos seus domínios, na Mooca e No mercado Municipal.
Mas foi- acompanhado por duas de suas tres filhas Celeste (nas imagens em
anexo de preto) e Suzete 9de vermelho)- com gosto especial receber seu
diploma no Bar do Nelson, outorgado pela ACADEMIA BRASILEIRA DE HONRARIAS AO MÉRITO- Culinária de SP. Foi seu último evento, cujo diplomas estão em destaque nas duas unidades de seus bares. Nas fotos o saudoso Elídio
Raimondo está com amigos de uma trajetória única e exemplar:
* Andréa Matarazzo (gravata)
* Humberto Verre, cliente fiel
* Lilian Gonçalves
* Cantor Silvio Britto
7 outros amigos.
Ovadia Saadia, RP e fã do seu Elídio
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